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Estado não vive crise hídrica, mas está em alerta, afirmam ambientalistas

22/03/2015 10h00

Estado não vive crise hídrica, mas está em alerta, afirmam ambientalistas

Mato Grosso do Sul não vive crise hídrica como o Estado vizinho São Paulo, mas a situação por aqui está longe de ser confortável. Em Campo Grande, a principal bacia que abastece a cidade, a do Guariroba, já foi responsável por fornecer quase 60% da água consumida na capital. No entanto, atualmente, o manancial oferece apenas 39% dos recursos hídricos utilizados.

A constatação exige atenção dos diferentes setores ligados ao controle do uso da água, conforme acredita o o vereador Eduardo Romero, do PTdoB e presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara da capital.

Para ele, o maior desafio é mostrar a conexão da água com todos os assuntos. “O tema não envolve só o fato de passar sede ou não, a questão é que não existe cidade que sobrevive economicamente sem água, ela está intimamente ligada a tudo”, analisa Romero.

Dependência – “Não dá para produzir nada sem ela. Para produzir 1 tonelada de soja, são usados mil toneladas de água. Ela está intimamente relacionada à economia, por exemplo”, afirma.

As divulgações sobre o tema, inclusive no Dia Mundial da Água, celebrado todo 22 de março, trabalham muito com conceitos relacionados ao desperdício do recurso e cuidados com o consumo doméstico.

Uso no campo – No entanto, a agropecuária é o setor que mais consome esse bem. O vereador explica que, de acordo com levantamentos do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a maior parcela do consumo de água potável, 73%, é destinada à irrigação, na agropecuária. Outros 21% são utilizados pelas indústrias e apenas 3% equivale ao consumo doméstico.

“Inclusive, é preciso lembrar que vivemos numa capital onde o consumo de carne é um dos maiores do país”, detalha Romero. “Para produzir 1 kg de carne, são usados 25 mil litros de água. Por isso, o desafio é ampliar essa discussão, precisamos envolver todos os setores ligados ao tema”, avalia.

Riscos à saúde – O ambientalista Haroldo Borralho, coordenador do movimento Guariroba Vivo, vê com preocupação a predominância da bovinocultura em áreas de bacia hidrográfica, como ocorre com a do Guariroba. “A pecuária consome muita água, mas não é só isso. A agricultura também oferece riscos reais à saúde da população devido à possibilidade de contaminação da água pelo uso de agrotóxicos, por exemplo”, indica.

Para ele, a população deve cumprir seu papel e se interessar mais pelo tema, desenvolvendo consciência acerca de todas as implicações caso haja falta de preservação e má utilização desses recursos.

Mas, além disso, o poder público precisa agir mais. “A prefeitura e seus órgãos ligados ao Meio Ambiente não estão cumprindo seu papel como deveriam. Falta fiscalização, monitoramento das bacias que atendem Campo Grande”, considera. “Se todos não se unirem nesses cuidados, os mananciais não vão resistir”, finaliza.

Com informações do site Campo Grande News

Bacia do Guariroba já foi responsável por quase 60% do abastecimento de água da Capital. (Foto: Ministério Público Estadual)

Para vereador, maior desafio é mostrar a conexão da água com todos os assuntos. (Foto: Assessoria/ Vereador)

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