Contribuintes que se acostumaram com a praticidade de declarar o Imposto de Renda de forma simplificada terão que aguardar um pouco mais este ano. A Receita Federal anunciou que a liberação da declaração pré-preenchida, uma das principais facilidades para os contribuintes, só ocorrerá no dia 1º de abril.
Joaquim Soares Falcão Neto, aposentado e que acompanha minuciosamente os detalhes da declaração, celebra a evolução do processo. “Antes era papel. Depois, eu recebo tudo digital. Eu tinha que abrir, ler, digitar. Agora, com a pré-preenchida, elimino essa digitação”, compartilha.
Embora o sistema de declaração pré-preenchida esteja disponível desde 2014, ele ganhou popularidade nos últimos anos, especialmente após a integração com a plataforma gov.br do governo federal. Em 2021, apenas 1% dos contribuintes utilizaram essa ferramenta. No ano passado, esse número saltou para 41%, e a expectativa da Receita para 2025 é que 57% das declarações sejam preenchidas dessa forma.
A Receita oferece duas maneiras de preencher a declaração: baixando o programa no computador ou utilizando os sistemas online — pelo site ou aplicativo da Receita Federal. Para acessar as informações, basta entrar com o CPF e senha no portal gov.br, que leva o contribuinte à área do “Meu Imposto de Renda”, onde é possível consultar declarações anteriores.
No entanto, a versão de 2025 ainda aparecerá como “não entregue” até 1º de abril. Até lá, a única forma de acessar e preencher a declaração será baixando o programa diretamente no site da Receita. Mesmo na versão pré-preenchida, o contribuinte pode notar que alguns dados ainda estão ausentes, sendo necessário preenchê-los manualmente ou esperar até a data prevista.
De acordo com o supervisor do Imposto de Renda em São Paulo, Ricardo Ribeiro, a liberação gradual dos dados ocorre por questões técnicas. “Temos um prazo de 73 dias para entregar a declaração. Quem deseja enviar logo no início pode preencher a pré-preenchida com os dados disponíveis e completar o restante mais tarde”, explica.
Ribeiro alerta também para a importância de verificar as informações que aparecem automaticamente na pré-preenchida, lembrando que o contribuinte precisa ser capaz de comprovar todos os dados.
Mesmo para quem espera até a liberação completa, o auditor garante que não haverá prejuízo na fila da restituição. “Quem usa a pré-preenchida ou opta por receber a restituição via PIX tem prioridade na restituição. Logo, quem esperar os dados completos não será prejudicado”, afirma Ribeiro, tranquilizando os contribuintes mais apressados.
A expectativa é que, apesar da demora, a novidade beneficie a maioria, simplificando o processo e acelerando a restituição para aqueles que aproveitam as facilidades tecnológicas.