A Polícia Civil informou nessa segunda-feira (30) que investiga desvios milionários no Residência Inclusiva da Grande Dourados. Pelo menos 10 moradores teriam sido prejudicados no esquema, que acontece entre 2022 a 2023.
A apuração dos fatos aconteceu ao longo de um ano. A instituição acolhe pessoas com deficiência física e intelectual e realiza a gestão de benefícios recebidos por esses, como o LOAS/BPC, que paga um salário mínimo mensal.
Segundo a Polícia Civil, a diretoria deveria prestar contas sobre os gastos realizados, a finalidade dos valores investidos e eventuais economias em relação a cada morador. Ocorre que durante o ano de 2023 houve inconsistências.
Tais irregularidades indicavam má gestão de valores e crimes previstos no Estatuto da Pessoa com Deficiência. No inquérito, foram ouvidos residentes, funcionários e testemunhas, análise de documentos contábeis, recibos e auditorias e perícias criminais.
Foi constatada a falsificação de assinaturas em documentos com o intuito de fraudar a contabilidade, sendo identificado um desfalque patrimonial de grande monta em relação aos valores que teriam sido recebidos.
Ainda segundo a Polícia Civil, estima-se que, até o momento, aproximadamente R$ 60.000,00 possam ter sido desviados dos residentes. Muitos destes sofre de deficiência na locomoção, visuais e verbais.
Os valores subtraídos eram usados para custear as necessidades básicas, como alimentação, higiene, comunicação com familiares, medicações, entre outros. A coordenadora do projeto, que respondeu pelo período de novembro 2022 a dezembro 2023, está sendo investigada.