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quinta-feira, 12 de setembro, 2024
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Afetados pelo rompimento da barragem, moradores esperam por respostas, ressarcimentos e reparos

Com prejuízos financeiros e imobiliários, além da falta de acesso para outras regiões, é dessa maneira que a maioria dos moradores residentes nas proximidades do condomínio de luxo Nasa Park, nas margens da rodovia federal BR-163, entre Campo Grande e Jaraguari, estão desde que a barragem da lagoa artificial rompeu e provocou uma forte enxurrada.

Um destes sitiantes relatou que a estrada de acesso que usava para ir até Campo Grande, onde trabalha, ficou comprometida e não há como se deslocar enquanto o reparo não for feito. A região pertence à Jaraguari e a expectativa é que a Prefeitura Municipal faça uma vistoria técnica nos próximos dias para iniciar os serviços.

“Não tem nenhuma alternativa, até agora não tem nenhuma máquina, nada, só tem uma promessa que a Prefeitura vai construir uma estrada”, comentou o neurocirurgião Leonardo Anselmo ao site Campo Grande News. Outras pessoas também estão isoladas e, inclusive, uma delas não conseguiu comparecer a uma cirurgia marcada ontem.

Afetados pelo rompimento da barragem, moradores esperam por respostas, ressarcimentos e reparos
Fotos: Hernique Kawaminami/Campo Grande News

Outro relato publicado pela imprensa campo-grandense é do sitiante Luiz Nery, que tem a propriedade ao lado do Nasa Park. Segundo dele, está na região há quatro anos, onde cria porcos, aves e peixes e todos os animais foram perdidos por conta da enxurrada provocada pelo rompimento da barragem.

O sitiante detalhou que estava rastelando o pátio quando o sobrinho chegou correndo dizendo que o seu pai o tinha alertado pelo telefone sobre o estouro da barragem e que eles precisavam fugir, pois tudo iria alagar. O homem disse que não acreditou, até porque sempre achou ser improvável isso, mas em questão de minutos a água chegou ao local.

Ele disse que ouviu um estrondo e logo em seguida a onda de água descendo, arrastando tudo, como árvores de grande porte. “Falei, meu Deus do céu, é verdade”. Apesar disso, o criador tentou salvar seus porcos e para isso foi até o chiqueiro e retirou 20 animais, porém, uma fêmea de300 kg acabou sendo levada pela enxurrada.

A água chegou até a altura do joelho, diante disso, correu para a parte alta da chácara, onde fica sua casa. Ele também perdeu sete tanques de peixes, onde criava pacus, pintados e matrinxãs, inclusive, tinha depositado 4 mil alevinos recentemente. O prejuízo estimado por ele é de pelo menos R$ 30 mil.

Afetados pelo rompimento da barragem, moradores esperam por respostas, ressarcimentos e reparos
Fotos: Hernique Kawaminami/Campo Grande News

A casa do caseiro e a moto destes também foram levadas pela água, sendo encontrada cerca de 50 metros de distância. Apesar dos estragos, ele relatou para a imprensa que está feliz, pois ninguém se machucou no acidente. No domingo (25), completará 65 anos e garantiu que celebrará ainda mais a data.

Outra moradora que também perdeu bens foi Luzia Ramos do Prado, de 60 anos. Ela relatou que mora há 36 anos na casa e que nunca imaginou passar por uma situação como essa. Todos os cômodos estão cobertos por lama e todos os móveis, roupas, alimentos e eletrodomésticos foram perdidos.

O filho dela, Tiago Andelço, de 35 anos, nasceu e cresceu na região. Eles trabalhavam com horta e a criação de 16 porcos, dos quais oito foram arrastados pela enxurrada. “É um absurdo tudo isso ter acontecido e até agora ninguém do condomínio, Defesa Civil, governo ou bombeiros procurarem a gente para saber como estamos”, disse à imprensa.

Mãe e filho disseram que estão procurando por um advogado para processar o condomínio, responsável pela lagoa. “Ainda não sei o que vou fazer daqui pra frente. Eu tenho dois tumores no intestino, não consegui fazer os exames por conta do valor que é muito alto e agora preciso pensar em reconstruir a minha vida, já que não me sobrou nada”.

Na manhã desta quarta-feira (21), o prefeito de Jaraguari, Edson Rodrigues Nogueira, visitou a região acompanhado de técnicos da Secretaria de Obras e de Assistência Social. A comitiva visitou cada por casa afetada pela enxurrada e identificou três casos que estão na área de Campo Grande.

“As equipes estão oferecendo roupas, cobertores e cestas básicas às famílias e perguntando se eles precisam de alojamento”, disse Edson, complementandi ainda que as cinco famílias atingidas recusaram abrigo temporário por terem parentes em Campo Grande. A Prefeitura de Campo Grande ainda não se manifestou.

*Com informações do Campo Grande News

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