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quinta-feira, 26 de dezembro, 2024
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Águas analisa sedimentos e microrganismos em fontes de captação de CG para garantir abundância e qualidade da água

Na imensidão do Córrego Guariroba, técnicos coletam amostras de sedimentos e água, que depois são enviadas para uma análise hidrobiológica minuciosa em laboratórios contratados pela Águas Guariroba. O trabalho faz parte do Programa Bacia Monitorada, que também desenvolve ações no Córrego Lageado.

As bacias dos córregos Guariroba e Lageado representam, respectivamente, 40% e 13% do abastecimento público de Campo Grande. Cerca de 516 mil pessoas dependem destas fontes de abastecimento.

Ambas as bacias são Áreas de Proteção Ambiental e diversas ações vem sendo desenvolvidas com o objetivo de melhorar a qualidade ambiental e a conservação dos recursos hídricos, entre elas, o plantio de mais de 20 mil mudas de árvores na APA do Córrego Guariroba e outras 2,5 mil no Lageado.

No entanto, até 2019, não havia registros de quais eram exatamente os benefícios da recuperação ambiental na região para a qualidade e quantidade da água, por isso a criação do programa Bacia Monitorada.

“Verificou-se a necessidade do acompanhamento sistemático da qualidade ambiental dessas bacias. Ao longo dos anos, a concessionária Águas Guariroba foi implementando diversos monitoramentos ambientais, além do que é exigido pela legislação, visando a prevenção da poluição e a utilização sustentável dos recursos naturais”, aponta o gerente de Meio Ambiente e Qualidade, Fernando Garayo.

Os monitoramentos são realizados em várias frentes como: quantidade de sedimentos nos corpos hídricos; qualidade da água; nível de assoreamento do reservatório; indicadores microbiológicos de qualidade da água; avaliação da quantidade de água superficial e subterrânea; balanço hídrico e monitoramento meteorológico.

A análise hidrobiológica utiliza indicadores biológicos coletados no sedimento para avaliar a qualidade da água e mostra que, com o passar dos anos, aumentou a abundância e diversidade de microorganismos na água, o que é um excelente indicador de melhoria na qualidade da água.

“Os espécimes e a quantidade de indivíduos encontrados nas amostras do reservatório foram comparados de acordo com os valores padrões de tolerância a poluentes. Após essa análise conclui-se que o reservatório Guariroba mantém seu enquadramento na classe II, com qualidade de água aceitável, com efeitos moderados de poluição, atendendo as necessidades básicas para o desenvolvimento desta comunidade sem degradação ambiental evidente”, esclarece a gerente de Qualidade da Água, Marjuli Morishigue.

A coleta de amostras do programa também é feita em sete locais distribuídos nas principais sub bacias que compõem a APA. Elas são analisadas com base em parâmetros do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) determinados no Plano de Manejo da área.

Esses parâmetros são divididos em: Físico-Químicos (Alcalinidade total, Óleos e graxas, DBO, Temperatura, Turbidez, Cor, PH, Cloreto, Fósforo total, Ortofosfato, Nitrogênio Total, Nitrato, Nitrito, Sólidos totais e Sólidos em suspensão totais), Bacteriológicos (Coliformes Termotolerantes, Cryptosporidium sp e Giárdia sp) e Controle Especial (Metais Pesados e Biocidas Organoclorados e Organofosforados).

Com base nesses parâmetros é calculado o Índice de Qualidade da Água (IQA). Amostras coletadas em março de 2017 apontaram que a qualidade da água nos sete pontos selecionados da bacia era boa, sendo que os melhores índices do indicador (78), foram obtidos nos córregos “Do Açude” e “Rondinha”, com qualidade ótima.

“Em 2022, com a consolidação dos programas de restauração e conservação na APA do Guariroba, houve não só o aumento da vazão na região, como apontou o estudo da UFMS, mas também a melhoria da qualidade da água dos rios e córregos da bacia, de acordo com o Programa Bacia Monitorada”, aponta o gerente de Meio Ambiente.

 Garayo reforça que a qualidade da água bruta que chega do Guariroba até a estação de tratamento atende o que preconiza a legislação para a classe do rio. “Dos sete pontos de coleta de água, registramos melhora no índice de qualidade da água em seis pontos de coleta. Essa água de boa qualidade acaba facilitando os processos de tratamento, por isso Campo Grande é reconhecida por ter uma das melhores águas do Brasil”, explica.

Devido ao caráter único do programa a nível nacional, o PBM ganhou reconhecimento nacional. Venceu o Prêmio Sustentabilidade da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto na categoria Gestão e foi finalista do Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental na categoria “Inovação da Gestão em Saneamento Ambiental”.

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