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sexta-feira, 22 de novembro, 2024
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Animais símbolos do Pantanal estão na lista de espécies ameaçadas de extinção

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) publicou na quarta-feira (08) a lista atualizada dos animais que estão ameaçados de extinção, ou seja, de desaparecerem por completo da natureza. Dentre esses, quatro espécies são típicos e até símbilos do bioma pantaneiro sul-mato-grossense. São eles: onça-pintada (Panthera onca), ariranha (Pteronura brasiliensis), cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) e o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla).

O desaparecimento é consequência de uma série de fatores, como a caça ilegal, acidentes em rodovias, avanço da pecuária em áreas de preservação ambiental, destruição do habitat natural com queimadas, entre outros. Se nada for feito pelo Poder Público, e principalmente pelo homem, as crianças de amanhã poderão viver em um mundo onde só poderão conhecer esses animais através de vídeos e ilustrações.

Esses animais já estavam na Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção há algum tempo e, apesar dos esforços de ambientalistas e organizações protetoras da natureza, continuam sob o risco de serem apagadas para sempre. A lista completa foi publicada através de uma portaria do Ministério do Meio Ambiente, no Diário Oficial da União e pode ser conferida na íntegra clicando aqui.

Ainda de acordo com o levantamento do Instituto, o país tem 1.249 espécies e subespécies da fauna ameaçadas de extinção, dessas, 219 foram recém-inseridas na atualização e que correspondem a 41 aves; 35 anfíbios; 3 mamíferos; 7 peixes marinhos; 35 peixes continentais; 24 invertebrados aquáticos e 74 invertebrados terrestres.

. As espécies e subespécies ameaçadas estão divididas nas seguintes categorias:

  • 1 Extinta na Natureza (EW)
  • 358 Criticamente Em Perigo (CR)
  • 425 Em Perigo (EN)
  • 465 Vulnerável (VU)

Os animais simbolos do Pantanal (onça-pintada, a ariranha, o cervo-do-pantanal e o tamanduá-bandeira) foram enquadrados na lista com a classificação de “vulnerável” ,ou seja, apresentam um risco elevado de se tornarem ameaçadas.

Mas a atualização também trouxe boas notícias: 144 espécies e subespécies saíram da lista, sendo 18 aves; 16 anfíbios; 9 répteis; 11 mamíferos; 9 peixes marinhos; 56 peixes continentais; 15 invertebrados aquáticos; 10 invertebrados terrestres.

Conheça mais sobre esses quatro animais pantaneiros ameaçados de extinção

Onça-pintada

Onça-pintada no Pantanal  — Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal
Onça-pintada no Pantanal — Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal

O tamanho impressiona. As cores, amarela e preta, parecem uma pintura. A ferocidade amedronta. E a combinação disso tudo atrai olhares de gente de todo o mundo. Estudos apontam que o Brasil detém cerca de 50% das onças-pintadas de todo o mundo — mais de 90% delas estão na América do Sul.

Avistar esse felino é o auge do passeio de quem vai ao Pantanal. O animal também é estudado e alguns até monitorados eletronicamente por pesquisadores. Em Miranda, por exemplo, há projeto específico sobre o comportamento deste animal, o Onçafari. Há ainda outras iniciativas como: Onças do Rio Negro, e no Mato Grosso, a ONG Panthera e o ICMBio.

“O Pantanal abriga uma das mais importantes populações da espécie, e aqui é o lugar onde é mais fácil observá-las”, explica o pesquisador do Laboratório de Vida Selvagem da Emprapa Pantanal, Walfrido Moraes Tomas.

De acordo com o pesquisador, mesmo sendo um animal essencialmente terrestre, a onça-pintada está muito associada à água.

“Caça muito animais aquáticos ou que vivem em ambientes inundáveis, como jacarés, capivaras, cervos, etc”, explica Walfrido.

Ariranha

Ariranha faz cara de ‘deboche’ e mostra língua para guia de turismo ao ser fotografada em MS — Foto: Edir Alves/Foto
Ariranha faz cara de ‘deboche’ e mostra língua para guia de turismo ao ser fotografada em MS — Foto: Edir Alves/Foto

“É uma espécie dependente de rios e lagos, facilmente observada no Pantanal. A região abriga uma das mais importantes populações desta espécie, que é considerada ameaçada de extinção”.

As ariranhas são excelentes predadores de peixes e são considerada as ‘onças das águas’. Também conhecidas como lontras gigantes, podem medir até 1.80 m e são animais com hábitos diurnos e típicos de água doce. Estão sempre em grupos cuidando do seu território.

Além das tocas, a ariranha também constrói latrinas, onde faz as suas necessidades fisiológicas, e também campsides, que são áreas construídas em regiões sombreadas e próximos a áreas de alimentação, servindo para descanso e demarcação de território.

Cervo-do-pantanal

Cervo-do-pantanal é outro animal símbolo do bioma — Foto: Walfrido Moraes/Embrapa Pantanal
Cervo-do-pantanal é outro animal símbolo do bioma — Foto: Walfrido Moraes/Embrapa Pantanal

“É uma espécie ameaçada de extinção totalmente dependente de áreas inundáveis. O Pantanal abriga a maior população conhecida. Também é um atrativo turístico relevante”.

O cervo-do-pantanal pode pesar até 130 quilos e medir mais de dois metros de comprimento. A família Cervidae, representada por cervos e veados, é única ruminante nativa existente no Brasil.

Tamanduá-bandeira

Tamanduá-bandeira  — Foto: Hudson Garcia/Arquivo Pessoal
Tamanduá-bandeira — Foto: Hudson Garcia/Arquivo Pessoal

O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) também representa beleza. Esse gigante tem características bem interessantes: é o único mamífero terrestre que não possui dentes. O comprimento da cabeça e do corpo é de mais de um metro e meio: só de focinho são quase 45 centímetros. A cauda varia de 60 a 90 centímetros e apresenta pelos longos que formam uma espécie de ‘bandeira’, característica que inspirou o nome popular.

Eles são insetívoros, ou seja, se alimentam apenas formigas e cupins. Abrem os cupinzeiros e os formigueiros com as garras poderosas e introduzem a longa língua, que pode se projetar a 60 centímetros para fora da boca.

De hábitos diurnos os tamanduás são normalmente vagarosos, mas quando perseguidos podem fugir em galope. O famoso abraço de tamanduá é praticamente a única defesa desse animal desajeitado e de visão e audição muito limitadas. O melhor sistema de alerta do tamanduá-bandeira é o olfato, que é apuradíssimo.

Ao pressentir o perigo, ele faz uso de articulações extras e levanta as patas dianteiras, apoiando o peso num tripé formado pelas duas patas traseiras e a cauda.

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