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sexta-feira, 17 de janeiro, 2025
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Aldeias em Nioaque buscam consolidar etnoturismo com apoio do Sebrae

As aldeias Água Branca, Brejão, Cabeceira e Taboquinha estão mobilizadas com o Sebrae/MS para consolidar o turismo de base comunitária e desenvolverem produtos turísticos que favoreçam a geração de renda e promoção das culturas das etnias Terena, Atikum e Kinikinau na região de Nioaque. Em parceira com a Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur/MS), o grupo participa de consultoria especializada para a consolidação de atrativos e futura promoção do destino.

Para a formatação do modelo de negócio, em primeiro momento, foi feito um diagnóstico nas comunidades. Essas atividades começaram na segunda-feira (13) e seguiram até a quinta-feira (16), com discussão e apresentação de plano de trabalho para os indígenas. Segundo a analista-técnica do Sebrae/MS, Lorrany Godoy, esse trabalho está alinhado às normas de boas práticas e legislação prevista pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). O intuito é apoiar no desenvolvimento do potencial turístico das comunidades, algo que é feito em Nioaque desde 2022, e já trouxe frutos para região.

“Depois de uma oficina de inovação realizada no município, que teve o programa Cidade Empreendedora, nasceu a ideia de se desenvolver o cicloturismo e as comunidades abraçaram a proposta. Então, criou-se o Ciclo Etnias, que teve a primeira edição, no ano passado, e envolveu as quatro comunidades. Com isso, foi visualizado o potencial para se desenvolver novos produtos. Nossa atuação visa apoiá-los neste desenvolvimento, realizando o planejamento da visitação turística, seguindo a instrução normativa da Funai, n. 3, de 2015”, explicou a analista.

Assessor técnico da Fundtur/MS que acompanha diretamente a parceria, Bolivar Porto, pontuou que a proposta de aplicação de metodologia para fortalecer o turismo de base comunitária favorece um melhor atendimento a turistas e consolidação do negócio na comunidade. “O turismo de base comunitária está sendo entendido como um segmento que tem uma metodologia própria. A base desse turismo é a comunidade e hoje a Fundtur está trabalhando para fortalecer e promover esse setor no nosso estado”, expôs.

O trabalho ainda compreende diversas estratégias e protocolos, que vão ser abordados de forma individualizada em cada uma das comunidades e ao longo de nove meses de atividades em conjunto com os empreendedores indígenas e as lideranças. Esse cronograma inclui treinamentos, implementação de sistema de gestão de segurança e fortalecimento de ações de governança para que diferentes produtos fiquem prontos para o mercado do turismo nacional e internacional.

Aldeias em Nioaque buscam consolidar etnoturismo com apoio do Sebrae
Representantes das quatro comunidades em Nioaque estão engajados em consolidar novos produtos turísticos para a região.
Novas perspectivas para as comunidades

Com o início da consultoria, as comunidades indígenas enxergam no trabalho conjunto a possibilidade de geração de renda e preservação cultural, gerando o desenvolvimento sustentável de cada uma. No evento de apresentação do plano de trabalho, ocorrido na quinta-feira (16), as lideranças indígenas reuniram-se com o Sebrae/MS e parceiros, bem como integrantes das aldeias. Todos participaram para ouvir detalhes da primeira fase do trabalho, opinar e alinhar as próximas etapas.

O cacique da aldeia Taboquinha, Gerson da Silva Ogeda, reforçou que há uma grande expectativa para gerar renda local a partir da apresentação de cultura e experiência a futuros visitantes. “Eu acredito no desenvolvimento desse projeto na comunidade para trazer renda. Nós temos potencial, acreditamos nele e temos nossos sonhos. Temos aqui a dança cultural, alimentos, artesanato, são oportunidades para gerar turismo”, expôs.

Da aldeia Água Branca, o cacique José Bartolo destacou a importância de ações feitas a partir do consenso. “Temos muitas coisas importantes aqui para trabalhar e mostrar. E vai ser um trabalho não só para minha comunidade, mas para todas que estão abraçando o projeto. Queremos avançar a nossa etnia, valorizar a língua Terena e fazer ela não ser esquecida pelos mais velhos e os mais jovens”, destacou.

Valdilei Góis é cacique na aldeia Brejão e denotou que o talento das mulheres da comunidade oferece um grande potencial. “É muito importante para mostrar nossas tradições e construir essa parceria com os caciques das demais comunidades. Para nós, é essencial mostrar a dança tradicional das mulheres e o artesanato que elas produzem, além das pinturas que são feitas”, pontuou.

O cacique Elso Gonçalves Batista, da aldeia Cabeceira, ressaltou o potencial local que existe nas comunidades e pode ser desenvolvido a partir do comprometimento firmado. “Vejo muita potencialidade com os nossos artesãos. São verdadeiros talentos, muito profissionais. Esperamos que o projeto ajude a moldar e orientar nossos talentos para que eles sobrevivam desse trabalho. Acredito que é algo amplo, que ainda vai beneficiar nossa educação, nossa saúde, na agricultura. É um projeto que tem tudo para fazer a comunidade prosperar”, concluiu.

Para mais informações sobre o trabalho realizado pelo Sebrae/MS na área do turismo e da economia criativa acesse a Agência Sebrae de Notícias ou ligue para a Central de Relacionamento por meio do número 0800 570 0800.
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