Após não registrar nenhum caso de Hepatite A em 2023, Campo Grande se aproxima do fim de outubro de 2024 com o total de 60 pacientes confirmados com a doença. A informação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) nesta sexta-feira (25).
A pasta ressaltou que não há óbitos provocados pela Hepatite e destacou que o aumento no número de casos também é observado em outras capitais do País, como São Paulo (SP) e Florianópolis (SC), já desde o ano passado, e mais recentemente Curitiba (PR).
Em nota à imprensa, a Sesau disse que está produzindo o levantamento do perfil epidemiológico dos pacientes e que realiza busca ativa de novos casos, bem como orienta todas as pessoas que tiveram contato próximo com os infectados a realizarem exames.
“A Sesau está em constante diálogo com o Ministério da Saúde para implementar novas ações de controle da hepatite A”, frisa, complementando que elaborou uma nota técnica direcionada a profissionais e instituições de saúde das redes pública e privada.
Uma das melhores formas de prevenir a doença é tomando a vacinação, que já faz parte do calendário infantil no esquema de 1 dose aos 15 meses de vida (a partir dos 12 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias), sendo ofertada nas unidades de saúde.
O imunizante está disponível no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) para pessoas acima de 1 ano, com algumas condições de saúde como, por exemplo, portadores de Hepatopatias crônicas, hepatite B e coagulopatias, doença imunodepressora, fibrose cística, trissomias e pessoas vivendo com HIV ou aids.
Hepatite A
Segundo o Ministério da Saúde, a Hepatite A é uma infecção viral que atinge o fígado, causada pelo vírus da Hepatite A (HAV). Esse tipo de hepatite é frequentemente associado a ambientes com condições de higiene inadequadas e é transmitido principalmente pelo contato com alimentos ou água contaminados.
A infecção pelo HAV pode ser assintomática, especialmente em crianças menores de seis anos, mas quando os sintomas surgem, podem incluir:
- Fadiga e mal-estar
- Febre
- Náuseas e vômitos
- Dor abdominal
- Icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos)
- Urina escura e fezes esbranquiçadas
Esses sintomas costumam aparecer entre 15 a 50 dias após a exposição ao vírus e podem durar algumas semanas. A maioria das pessoas se recupera completamente em um período de até dois meses, mas, em alguns casos, a Hepatite A pode levar até seis meses para ser completamente eliminada do organismo.
O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, que identificam a presença de anticorpos específicos contra o vírus da Hepatite A (anti-HAV IgM). Esses exames são essenciais para diferenciar a hepatite A de outros tipos de hepatite, como B e C, além de outras doenças hepáticas.
Prevenção
A principal medida de prevenção contra a hepatite A é a vacinação, especialmente recomendada para crianças a partir de um ano de idade, viajantes a regiões com alta incidência do vírus e profissionais de saúde. Outras formas de prevenir a infecção incluem:
- Lavar bem as mãos com água e sabão, especialmente após usar o banheiro e antes de manipular alimentos.
- Consumir água filtrada ou fervida em regiões com condições sanitárias precárias.
- Evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos, especialmente frutos do mar, que podem ser fonte de contaminação.
- Manter boas práticas de higiene em ambientes domésticos e comunitários.
A Hepatite A, por não se tornar crônica, não necessita de um tratamento específico, sendo a orientação médica geralmente focada no alívio dos sintomas. O descanso e uma dieta balanceada são essenciais, e a hidratação ajuda no processo de recuperação. Em casos mais graves, pode ser necessária a internação para monitoramento e cuidados médicos intensivos, especialmente se houver insuficiência hepática.