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quinta-feira, 19 de setembro, 2024
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Ao presidente Lula, governador garante estar empenhado para não haver mais conflitos no campo

Em reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador Eduardo Riedel (PSDB) afirmou que as forças de segurança pública de Mato Grosso do Sul estão empenhadas para não ocorrerem novos conflitos envolvendo os povos indígenas no território estadual.

O encontro entre os dois líderes aconteceu de forma emergencial na tarde desta quarta-feira (18) em decorrência do confronto envolvendo equipes da Polícia Militar e indígenas guaranis-kaiwás que resultou na morte de uma pessoa. O caso ocorreu em uma fazenda em disputa judicial, no Território Nhanderu Marangatu, em Antônio João.

Na oportunidade, o governador discutiu com o presidente o relatório sobre o conflito fundiário e garantiu: “Estamos empenhados em que não haja mais conflitos”. O chefe do Executivo Estadual afirmou que já solicitou abertura de inquérito para apuração das circunstâncias que levaram ao óbito.

Riedel e Lula também falaram sobre as suspeitas que envolvem o narcotráfico na região, com roças de maconha localizadas do outro lado da fronteira com o Paraguai, próximas à propriedade ocupada no Brasil, e a presença de facções criminosas que estariam aliciando pessoas dentro das comunidades indígenas.

Um relatório da inteligência produzido pelas forças de segurança de Mato Grosso do Sul será apresentado pelo governador a representantes do Governo Federal e no STF (Supremo Tribunal Federal) na quinta-feira (19).

O governador e o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, apresentaram à imprensa, no final da manhã, um relato das ações que culminaram no conflito, após uma escalada da tensão na região. Há pelo menos uma semana houve o primeiro confronto e queima da ponte que dá acesso à fazenda em disputa.

Na segunda-feira (16), os indígenas teriam ocupado parte da propriedade. Houve um diálogo entre policiais e as lideranças, que chegaram a firmar um acordo para que a área ocupada não fosse ampliada. Entretanto, os indígenas teriam avançado mesmo assim, sendo necessário acionar a Tropa de Choque da PM para garantir a segurança.

Hoje, houve o novo confronto entre indígenas e policiais, que acabou resultando na morte de um dos indígenas. Nas redes sociais, a Aty Guasu (Grande Assembleia Guarani-Kaiowá) diz que houve um massacre na área retomada pelos guaranis-kaiwás. Vídeos foram divulgados mostrando correria, gritos e fumaça.

Ao todo, o Território Nhanderu Marangatu tem 9,3 mil hectares e foi homologada em 2005, mas a demarcação foi suspensa por mandado de segurança impetrado no STF (Supremo Tribunal Federa).

Além disso, existe uma ação em andamento no TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região pedindo a aplicação da tese do marco temporal e uma liminar da Justiça Federal em Ponta Porã que determina a permanência na Polícia Militar na área.

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