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domingo, 20 de abril, 2025
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Aquecimento global pode limitar número de passageiros em voos na Europa

Calor extremo também pode acelerar a degradação do asfalto das pistas, aumentando a demanda por manutenção

O aumento das temperaturas causado pelas mudanças climáticas pode impactar diretamente a aviação na Europa. Um estudo da Universidade de Reading, no Reino Unido, indica que aeronaves poderão ser forçadas a reduzir o número de passageiros durante os meses mais quentes, especialmente em aeroportos com pistas curtas.

A pesquisa, publicada na revista Aerospace, analisou 30 aeroportos europeus e focou no desempenho do Airbus A320, um dos modelos mais usados em voos de curta e média distância no continente.

De acordo com os cientistas, até 2060, o peso máximo de decolagem poderá ser limitado em dias de calor extremo, o que pode significar até dez passageiros a menos por voo.

Isso ocorre porque o ar mais quente se torna menos denso, dificultando a geração de sustentação necessária para a decolagem. “Estamos mostrando mais uma forma de como o aquecimento global pode afetar diretamente o dia a dia das pessoas”, explicou Jonny Williams, principal autor do estudo.

“Voar para destinos como EspanhaItália ou Grécia poderá ficar mais caro, já que os aviões carregarão menos passageiros”, completou Williams.

Segundo o pesquisador, as restrições que hoje ocorrem em apenas um dia de verão podem passar a acontecer em até quatro dias por semana nas próximas décadas. Isso afetaria especialmente aeroportos com infraestrutura limitada, segundo o estudo.

Os aeroportos de Quios (Grécia), Pantelleria e Roma Ciampino (Itália), além de São Sebastião (Espanha), estão entre os mais vulneráveis às restrições de decolagem causadas pelo aumento das temperaturas.

Nesses aeroportos, as pistas curtas já limitam o peso das aeronaves, e o aumento das temperaturas tende a agravar ainda mais a situação. Com isso, companhias aéreas podem ter que ajustar rotas, remarcar voos para horários mais frescos e até reduzir margens de lucro para manter a operação viável.

Embora aeroportos maiores como Heathrow e Gatwick, no Reino Unido, tenham pistas longas o suficiente para operar voos com o A320 mesmo sob calor intenso, o estudo alerta que aeronaves maiores, como o Airbus A380, também poderão enfrentar restrições.

O impacto vai além do número de passageiros: o calor extremo pode acelerar a degradação do asfalto das pistas, aumentando a demanda por manutenção. Os pesquisadores destacam que medidas para reduzir emissões de gases de efeito estufa podem atenuar esses impactos. Já a manutenção do atual ritmo de emissões tende a agravar significativamente o problema.

Fonte: R7

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