A dramaturgia brasileira começa a semana de luto. Morreu nesta segunda-feira (30) ator Milton Gonçalves, de 88 anos. De acordo com a TV Globo, o ator faleceu por volta de 12h30min (DF), no Rio de Janeiro, por consequências de problemas de saúde que vinha enfrentando desde que teve um AVC, em 2020. Na ocasião, ele ficou 3 meses internado e precisou de aparelhos para respirar.
Nascido em 9 de dezembro de 1933, na pequena cidade de Monte Santo, em Minas Gerais, Milton Gonçalves fez mais de 40 novelas só na Globo, onde também atuou em programas humorísticos e minisséries de sucesso, como as primeiras versões de Irmãos Coragem (1970); A Grande Família (1972); e Escrava Isaura (1976). Também estene em séries, como Carga Pesada (1979) e Caso Verdade (1982-1986).
Sua atuação como Pai José, na segunda versão da novela Sinhá Moça (2006), o levou para o prêmio de Melhor Ator no Emmy Internacional. Na cerimônia, apresentou o prêmio de Melhor Programa Infanto-juvenil, ao lado da atriz americana Susan Sarandon. Milton foi o primeiro brasileiro a apresentar o evento.
Ainda criança, Milton se mudou com a família para São Paulo, onde foi aprendiz de sapateiro, de alfaiate e de gráfico. Ele fez teatro infantil e amador. Sua estreia profissional acorreu em 1957, no Arena, na peça Ratos e Homens, de John Steinbeck.
Junto com Célia Biar e Milton Carneiro, Gonçalves formou o primeiro elenco de atores da Globo. Ele chegou à emissora a convite do ator e diretor Otávio Graça Mello, de quem fora companheiro de set no filme Grande Sertão (1965), dos irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira.
“Não tinha inaugurado nada ainda. Os três estúdios, aquele auditório, pareciam para mim os estúdios da Universal. O primeiro salário foi 500 cruzeiros. E eu fiquei feliz”, recordou Milton em um depoimento para a TV Globo.
A última novela que o ator participou, na TV Globo, foi O Tempo Não Para (2018), quando interpretou o catador de materiais recicláveis Eliseu.