Aduanas de Ponta Porã e Mundo devem ser afetadas pelo ação dos fiscais
A partir desta segunda-feira (17), as aduanas de Ponta Porã e Mundo Novo, localizadas na fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai, serão palco de uma operação-padrão promovida pelos auditores fiscais da Receita Federal. A medida foi anunciada pelo Sindifisco Nacional em MS (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal em Mato Grosso do Sul) e faz parte do movimento grevista iniciado em dezembro de 2024, que busca um aumento no salário-base da categoria.
O termo “operação-padrão” é usado no meio sindical para se referir ao aumento dos procedimentos burocráticos de fiscalização, que resultam em atrasos e redução da eficiência dos serviços prestados.
Com a ação, 100% das mercadorias transportadas por veículos serão fiscalizadas, o que pode gerar longos congestionamentos e dificuldades para quem precisa atravessar a fronteira. Além disso, o sindicato alerta que as aduanas já enfrentam “diminuição dos postos de trabalho devido à greve”, o que agrava a situação.
De acordo com a nota divulgada pelo Sindifisco Nacional, os auditores fiscais desempenham um papel crucial no país, sendo responsáveis pela arrecadação de impostos, fiscalização aduaneira e combate ao contrabando, descaminho e tráfico de drogas. No entanto, o sindicato denuncia que, apesar da relevância do trabalho realizado, o governo federal tem desvalorizado a categoria, ao conceder reajustes salariais a outras carreiras do funcionalismo público, mas não à dos auditores fiscais. “Desde 2016, os auditores enfrentam uma defasagem salarial significativa”, diz a nota.
A operação-padrão não se restringe a Mato Grosso do Sul. Em outras regiões, como o Rio Grande do Sul, a medida já foi implementada na semana passada, com as aduanas de Uruguaiana e São Borja.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos neste domingo (16), solicitando um posicionamento sobre as negociações, mas ainda aguarda retorno.
A situação nas aduanas da fronteira deve seguir tensa nas próximas semanas, com possíveis impactos no fluxo de mercadorias e no trânsito nas cidades afetadas.