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quarta-feira, 11 de dezembro, 2024
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Banco Central acelera ritmo de alta da Selic, e taxa de juros vão a 12,25% ao ano

Copom aumentou taxa de juros em 1 ponto percentual; reajuste pode se repetir nas próximas reuniões a depender da inflação

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu de forma unânime nesta quarta-feira (11) aumentar a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano. A alta é a terceira consecutiva desde setembro, e a maior desde maio de 2022, quando o comitê também tinha aumentado a Selic em 1 ponto percentual. A decisão veio alinhada às expectativas do mercado financeiro, que projetava a elevação dos juros, e o Copom informou que a depender da evolução da inflação nos próximos meses pode promover novas altas de 1 ponto percentual na Selic.

A nova taxa valerá ao menos pelos próximos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.

Em comunicado, o Copom informou que o pacote do governo federal para conter gastos anunciado recentemente “afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”.

O comitê acrescentou que “o cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista”.

“O Copom então decidiu realizar um ajuste de maior magnitude, elevando a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 12,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, explicou o comitê.

Segundo o Copom, “diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”.

“A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”

Esta foi a última reunião com Roberto Campos Neto à frente do Banco Central. O economista Gabriel Galípolo vai comandar a instituição a partir de 2025.

Entenda a Selic

A Selic é o principal instrumento para controlar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país. Juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. No entanto, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.

A taxa básica de juros é uma forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo.

Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando os juros básicos são reduzidos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

A Selic é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.

É a taxa Selic que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo em empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

Evolução

De março de 2021 a agosto de 2022, o Banco Central elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de “aperto monetário” em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis.

Desde agosto de 2023, começou a sequência de cortes de 0,5 ponto percentual em cada reunião, até maio deste ano, quando a redução foi de 0,25 ponto porcentual, em placar dividido, com quatro diretores indicados pelo governo Lula votando por um corte maior, de 0,5 ponto percentual.

A taxa se manteve em 10,5% ao ano nos dois meses seguintes. Em setembro, veio a primeira alta, de 0,25 ponto percentual. Na última reunião, em novembro, o aumento foi maior, de 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano.

Fonte: R7

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