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sábado, 23 de novembro, 2024
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Banda Mirim da PM contribui para formação e cidadania de crianças e adolescentes

A melodia única é composta por notas musicais tocadas com afinação. Os rostos são jovens, mas os dedos firmes, e alguns experientes, o que garante sincronismo aos 50 instrumentos. O ensaio contribui para que clarinete, saxofone, flauta, violino, violoncelo, bateria, trombone, tuba e outros, apareçam na medida certa em qualquer ocasião.

Mais importante do que a apresentação impecável realizada pelos alunos do programa sociocultural “Banda Sinfônica Mirim” da PM (Polícia Militar), é garantir que as crianças e adolescentes tenham um ambiente seguro para desenvolver habilidades, além de sonhar e planejar o futuro.

“Enquanto eles estão aqui a gente evita que tenham contato com coisas ruins no mundo, tantas coisas, e que eles têm acesso”, afirmou o sargento Teófilo Rafael, maestro e coordenador técnico do programa.

A influência positiva do projeto contribuiu para que Anna Beatriz Escobar, 18 anos, escolhesse cursar Música. “Eu estou no terceiro semestre da faculdade. Quero trabalhar nesta área. É o que me faz feliz”. Filha de músicos ela já tocava alguns instrumentos, mas no projeto pode expandir e aprender a tocar flauta. “Meu pai toca trombone e minha mãe é cantora. Eu também toco violão, tecado e violino. Mas muitas crianças não têm nenhum acesso e a única chance de aprenderem um instrumento é por meio do programa da Banda Mirim”.

Davi Anicésio Irllandes, 15 anos, iniciou na música tocando bateria na igreja. No programa da PM começou a tocar trombone, e também influenciou amigos a participarem. “Eu participo há dois anos, moro no Bairro Nova Campo Grande, tenho primos e amigos que começaram a participar depois que eu iniciei e falei para virem”.

Ainda tímida, uma das caçulas da banda principal é Anne Gabriele da Silva, 12 anos. “Estou há quatro anos no projeto e aprendi a tocar violino. Eu gosto de aprender, mas preciso ensaiar mais”.

As músicas tocadas pela banda são diversas, entre elas “Trem do Pantanal”, considerada “hino” de Mato Grosso do Sul – composta por Paulo Simões e Geraldo Roca e eternizada na voz de Almir Sater -, e “É preciso saber viver” – de Roberto e Erasmo Carlos. “A gente procura tocar de tudo e do que os outros gostam. E também os hinos, e até a canção do soldado”, pontua o maestro.

O programa funciona há 27 anos e atualmente atende 110 crianças e adolescentes, no período vespertino. “Oferecemos aula de iniciação e alfabetização musical, em seguida apresentamos os instrumentos. O aluno pode escolher de acordo com a aptidão, gosto pessoal ou nós direcionamos também”, explicou o sargento Teófilo.

Além do ensino da música, o programa contribui na prevenção social e apoio pedagógico. “A gente sabe que se essas crianças e adolescentes não estivessem participando de um projeto, estariam muito provavelmente desassistidos. Na banda eles estão bem cuidados, e ainda aprendem algo para a vida deles, que pode mudar o futuro”, afirmou o major Air Cícero Cansanção.

Atualmente cinco ex-alunos do programa são policiais militares e fazem parte da banda principal da PM. Além disso, sete ex-alunos da banda mirim foram aprovados no último concurso para ingresso no curso de formação de soldados. “É uma grande alegria, sensação de dever cumprido. Outros também estão fazendo faculdade, e trabalhando em diversas áreas. É tudo fruto do trabalho realizado neste e em outros projetos da PM”, finalizou o maestro.

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