30.8 C
Campo Grande
sábado, 7 de setembro, 2024
spot_img

Boca de urna aponta partido de extrema direita na liderança das eleições na França

Com participação recorde em quatro décadas, pesquisas sugerem que campo apoiado por Macron sairá enfraquecido das urnas

O campo da direita pode ter saído fortalecido do primeiro turno das eleições parlamentares francesas neste domingo (30). É o que apontam as pesquisas de boca de urna locais. As estimativas mostram que o partido União Nacional, liderado por Marine Le Pen, deve sair à frente na preferência dos eleitores. Mas o resultado final imprevisível dependerá de dias de negociação antes do segundo turno da próxima semana.

As pesquisas estimam o RN com cerca de 34% dos votos, segundo levantamentos diferentes feitos por Ipsos, Ifop, OpinionWay e Elabe.

A taxa é maior do que a dos rivais esquerdistas — numa coalizão que incluí a esquerda radical — e centristas, com a aliança Juntos do presidente Emmanuel Macron, cujo bloco deve ficar com 20,5% a 23% dos votos. A Nova Frente Popular, uma coligação de esquerda montada às pressas, deveria obter cerca de 29% dos votos, mostraram as sondagens.

Os resultados da votação com grande participação, que estavam em linha com as sondagens antes das eleições, forneceram pouca clareza sobre se o RN anti-imigrante e eurocético será capaz de formar um governo ao lado do pró-UE Macron.

Falta agora uma semana de negociação política antes do segundo turno. O resultado final dependerá de como os partidos decidirem unir forças em cada um dos 577 círculos eleitorais de França para a segunda volta. No passado, os partidos de centro-direita e centro-esquerda de França uniram-se para impedir que o RN tomasse o poder, mas essa dinâmica, chamada de “frente republicana” na França, é menos certa do que nunca.

A decisão do presidente francês, este mês, de convocar eleições antecipadas mergulhou o seu país na incerteza política, enviou ondas de choque por toda a Europa e provocou uma venda de ativos franceses nos mercados financeiros.

Pária de longa data, o RN está agora mais perto do poder do que nunca. Le Pen procurou desintoxicar um partido conhecido pelo racismo e pelo antissemitismo, uma tática que funcionou num contexto de raiva dos eleitores contra Macron, do elevado custo de vida e das crescentes preocupações com a imigração.

Segundo turno

Só os candidatos que conseguiram mais de 12,5% dos votos neste domingo vão ao segundo turno. A votação está marcada para 7 de julho. As eleições legislativas no país foram antecipadas depois que Macron dissolveu o parlamento do país.

O comparecimento às urnas foi recorde em 40 anos, com comparecimento de quase 60% dos franceses. O índice está 20 pontos percentuais acima do registrado em 2022. Há 49,5 milhões de eleitores registados que escolherão os 577 membros da Assembleia Nacional, a influente câmara baixa do parlamento francês.

*com informações CNN e R7

Fale com a Redação