Conduta de ex-ministro teria sido decisiva para prisão, segundo fontes próximas à investigação
O cumprimento do mandado de prisão contra o ex-ministro Walter Braga Netto neste sábado (14) está relacionado à tentativa de atrapalhar a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. De acordo com a Polícia Federal (PF), tentou conseguir “informações sobre o acordo de colaboração” do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa tentativa ocorreu por meio dos pais de Mauro Cid.
Na semana passada, em depoimento à PF, o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens, foi questionado sobre as tentativas de membros próximos a Jair Bolsonaro de acessar as declarações feitas pelo tenente-coronel no âmbito da colaboração premiada. O general negou ter vazado informações relacionadas ao acordo.
De acordo com o relatório final do inquérito sobre a tentativa de golpe, a PF revelou que havia, sobre a mesa de um assessor de Braga Netto, um documento que continha perguntas e respostas sobre o acordo de colaboração premiada de Mauro Cid. “O contexto do documento é grave e sugere que perguntas foram feitas a Mauro Cid sobre o conteúdo do seu acordo de colaboração, com respostas anotadas por ele em vermelho”, afirma o relatório.
No final de novembro, Mauro Cid foi novamente ouvido pela PF. A descrição dos detalhes sobre a atuação de Braga Netto no esquema golpista foi considerada crucial para manter os benefícios de sua colaboração premiada.