Liderança brasileira do grupo começa nesta quarta-fera (1º); cúpula de líderes deve ocorrer no segundo semestre
O Brasil será, em 2025, o presidente rotativo dos Brics — grupo econômico que, inicialmente, reunia Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (leia mais abaixo). A vigência começa nesta quarta-feira (1º) e se estende até a 17ª Cúpula de Líderes, o ponto alto da liderança brasileira, que deve ocorrer no segundo semestre. É a quarta vez que o Brasil vai presidir o grupo — as outras ocasiões foram em 2010, 2014 e 2019.
O governo federal já divulgou a identidade visual da quarta edição brasileira. A imagem mostra a Samaúma, árvore amazônica que pode chegar a 60 metros de altura, nas cores das bandeiras das nações integrantes: verde, vermelho, laranja, amarelo e azul.
A escolha da Samaúma indica um dos temas prioritários da presidência brasileira dos Brics — a sustentabilidade e as mudanças climáticas. Além disso, a figura aponta para uma possível abertura a novos países parceiros, já que a árvore também é encontrada em locais da América e da África Ocidental.
Na linha da liderança do G20, exercida ao longo de 2024, o Brasil também deve defender o combate à pobreza, o crescimento sustentável com redução das desigualdades e a criação de uma governança global sobre inteligência artificial, além da reforma de instituições multilaterais como a ONU (Organização das Nações Unidas).
A expectativa é que a discussão sobre sustentabilidade e mudanças climáticas ocupe papel de destaque na presidência brasileira dos Brics, tendo em vista a realização da COP-30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) em Belém, no Pará, também em 2025.
Outro assunto que deve entrar na pauta é a adoção de uma moeda comum entre os países. Atualmente, o comércio entre os integrantes é feito em dólar. Na cúpula de 2023, as nações instituíram um grupo de trabalho sobre o tema. O presidente russo, Vladimir Putin, anfitrião do encontro de 2024, chegou a mostrar uma cédula simbólica da moeda dos Brics na reunião que presidiu.
Histórico e novos integrantes
A presidência de 2024 ficou a cargo da Rússia, e a reunião dos chefes de Estado ocorreu no fim de outubro, em Kazan. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do evento por videoconferência. No dia anterior ao embarque, o petista caiu no banheiro do Palácio da Alvorada, cortou a nuca e precisou levar pontos. Por recomendação médica, ele cancelou a ida a Kazan.
O grupo existe desde 2006, criado às margens da Assembleia Geral da ONU, mas só a partir de 2009 passou a contar com a participação dos chefes de Estado — até então, o conceito envolvia apenas os chanceleres dos países. A África do Sul ingressou no bloco em 2011, o que levou à mudança do nome de Bric para Brics.
Desde 2024, há cinco novos integrantes — Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia. O grupo detém 37% do PIB global e reúne mais de 40% da população do mundo.
Presidências dos Brics
- 2025: Brasil
- 2024: Rússia
- 2023: África do Sul
- 2022: China (reunião virtual)
- 2021: Índia (reunião virtual)
- 2020: Rússia (reunião virtual)
- 2019: Brasil
- 2018: África do Sul
- 2017: China
- 2016: Índia
- 2015: Rússia
- 2014: Brasil
- 2013: África do Sul
- 2012: Índia
- 2011: China
- 2010: Brasil
- 2009: Rússia
Fonte: R7