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quarta-feira, 16 de abril, 2025
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Campeão com o Operário em 1977, goleiro Manga morre aos 87 anos

Um dos grandes nomes do futebol nacional que vestiu a camisa do Operário, o goleiro Haílton Corrêa de Arruda, ou simplesmente Manga, morreu nesta terça-feira (08), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. A causa da morte foi devido a um câncer de próstata.

Eternizado como um dos melhores goleiros da história do futebol brasileiro, Manga também é o recordista de participação em edições na Copa Libertadores e ficou conhecido por sempre jogar sem as luvas no gol.

O arqueiro era tão bom que a data de seu aniversário, 26 de abril, foi escolhida como o “Dia do Goleiro”. Ele jogou atuou até os 45 anos, encerrando a carreira no Barcelona de Guayaquil (Equador), após faer história com as camisas do Botafogo e Internacional.

Pernambucano, Manga surgiu no Sport e faturou o título pernambucano de juniores de 1954, sem sofrer nenhum gol e por isso acabou comparado ao então goleiro do Santos, Manga, e herdou o apelido. Em 1956, foi campeão pelo profissioanal.

Em 1960, chegou ao Botafogo, onde ficou por 10 anos, sendo o maior goleiro da história do Glorioso e faturou quatro Campeonatos Cariocas (1961, 1962, 1967 e 1968) e três Torneios Rio-São Paulo (1962, 1964 e 1966), além do Torneio Intercontinental de Paris (França).

Mangagoleiro
Manga é um dos maiores goleiros do Brasil (Foto: Divulgação/ Botafogo)

Em 1968, estreou no Nacional (URU), onde chegou a ficar 339 minutos sem que levar um único gol. Foi campeão nacional de 1969, 1970, 1971 e 1972 e se sagrou campeão das Copas Libertadores, Intercontinental e Interamericana ambas em 71.

Depois, jogou pelo Internacional, onde também foi ídolo ganhado os campeonatos brasileiros de 1975 e 1976, e tricampeonato estadual, em 1974, 1975 e 1976. No ano seguinte, chegou ao Operário (MS), onde foi campeão mato-grosssense de 77.

Ainda pelo time sul-mato-grossense, Manga disputou o Campeonato Brasileiro, quando o clube ficou em terceiro lugar, superando equipes como o Curitiba, Fluminense, Santa Cruz, Remo e Palmeiras, chegando às semifinais contra o São Paulo, quando foi eliminado.

Manga também foi campeão estadual com o Coritiba, em 1978, e com o Grêmio, em 1979. Já aos 45 anos, em 1981, foi campeão equatoriano pelo Barcelona de Guayaquil, onde se aposentou e passou a atuar como preparador de goleiros.

Pela Seleção Brasileira, no entanto, não teve muito sucesso e ficou conhecido pela disputa da Copa do Mundo de 1966. Um ano antes, em um amistoso contra a União Soviética, no Maracanã, Manga falhou duas vezes e o Brasil tomou o empate em 2 a 2.

Na ocasião, o Brasil vencia por dois a zero quando Manga bateu um tiro de meta na cabeça do adversário, deu às costa e quando percebeu a bola veio direto para o gol. Depois, ele saiu jogando com a bola e deu direto nos pés do atacante soviético, que empatou.

Apesar do sucesso entre as torcidas, o fim da vida de Manga foi muito sofrida. Com problemas de saúde e sem dinheiro, ele recebeu ajuda de torcedores do Barcelona com auxilio financeiro, tratamento e chegou até mesmo a morar na casa de um fã.

A torcida do Botafogo chegou a juntar cerca de R$ 5 mil por meio de uma campanha na internet para ajudar o ídolo. Em 2019, ele começou a enfrentar problemas renais, passando por diversas internações em Quito (EQU).

Por último, o ex-atleta, ainda em dificuldades de saúde e financeiras, vivia no Retiro dos Artistas, com sua mulher Maria Cecília.

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