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quarta-feira, 4 de dezembro, 2024
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Campo Grande 125 anos: Capital abriga grandes indústrias que respondem por 80% das exportações

Parques e canteiros arborizados, ruas largas, muitos pedestres e ainda muitas casas de muro baixo fazem Campo Grande fugir do estereótipo de boa parte das capitais do País. O ar de interior, aliado as comodidades de uma Capital, podem até enganar quanto ao potencial econômico, mas a qualidade de vida é reflexo também do papel estratégico da indústria no desenvolvimento da cidade que completa 125 anos hoje (26).

Com grandes fábricas, a indústria responde pela maior parte das exportações da Capital. Só no último ano, o percentual foi de 80%. O sucesso coloca a Capital entre os municípios que mais exportam no Estado. As vendas para fora do País movimentaram US$ 411,6 milhões na economia local, em 2023, e demonstram que o caráter rural de Mato Grosso do Sul, mesmo na cidade mais desenvolvida, ainda é base para as atividades mais rentáveis da indústria.

É no setor frigorífico onde ocorrem as principais negociações internacionais da indústria campo-grandense. A carne bovina congelada é responsável por 48% das exportações, movimentando US$ 198,0 milhões, enquanto a carne bovina resfriada, responde por 25%, o equivalente a US$ 103,0 milhões. 

A tendência é que as exportações se fortaleçam ainda mais na Capital, já que a JBS anunciou que vai dobrar a capacidade de produção e os empregos na unidade Campo Grande II, a tornando a maior planta de carne bovina de toda a América Latina e uma das três maiores da companhia no mundo. A expectativa se deve a habilitações para começar a exportar também para China. 

Campo Grande 125 anos: Capital abriga grandes indústrias que respondem por 80% das exportações
Foto: Divulgação/Fiems

Gerente industrial da JBS, Vinícius Capistrano, explica que a unidade da Capital é a maior em número de habilitações para exportação. “Hoje exportamos para os principais mercados de carne bovina do mundo. A habilitação para o mercado chinês é um marco importante, já que é um dos maiores importadores”, ressaltou.

O planejamento é que, em um ano, o volume processado diariamente na fábrica passe dos atuais 2,2 mil para 4,4 mil animais, e a força de trabalho salte de 2,3 mil trabalhadores para 4,6 mil. Para isso, serão investidos R$ 150 milhões. 

A unidade, construída em 2007 e adquirida pela JBS três anos depois, produz 440 toneladas de carne e 2,4 milhões de hambúrgueres (136 toneladas) por dia. Além de abastecer o mercado interno e exportar para a China, está apta a fornecer para Estados Unidos, União Europeia, Argentina, Chile, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Egito, entre outros.

Investimentos que geram oportunidades 

Indústria forte representa geração de emprego. Emprego representa dignidade para população. Com mais quase 900 mil habitantes, Campo Grande conta com a indústria para empregar 41.387 trabalhadores, sendo responsável por 17% das vagas formais no município e contribuindo com 26% da força de trabalho da indústria estadual, com média salarial de R$ 3.033.

A carteira assinada é uma oportunidade capaz de transformar a vida de quem chega na cidade em busca de alcançar sonhos. É o caso da gerente de planejamento e produção, Julia Vieira. Foi na ADM, uma das maiores indústrias de proteína de soja da América Latina, localizada no Núcleo Industrial de Campo Grande, que ela começou quando ainda era uma estagiária vinda do interior do Estado. “Entrei com a intenção de conhecer o que era uma indústria”, relembra.

Campo Grande 125 anos: Capital abriga grandes indústrias que respondem por 80% das exportações
Foto: Divulgação/Fiems

Desde então, se passaram seis anos. Julia ganhou tempo de chão de fábrica, passou pelos cargos de operadora, planejamento de produção, supervisão até chegar ao cargo de gerente. “É uma cidade de muitas oportunidades. Tem muitas empresas e ao mesmo tempo tem qualidade de vida e, de alguma forma, estamos próximos da família”. 

Colega da mesma fábrica, o líder de manutenção mecânica, Magno Luiz Santos da Silva, também veio do interior, com a diferença de que viu o núcleo industrial da região oeste da Capital praticamente nascer. A jornada dele pelo polo começou em 1991. “Na época, era praticamente uma avenida só. Agora triplicou”. 

Segundo ele, o fortalecimento da região refletiu diretamente na qualidade de vida dos trabalhadores. Além dos empregos gerados diretamente pela indústria, o surgimento de estabelecimentos comerciais, como restaurantes, lanchonetes e sorveterias, representou a abertura de novos postos de trabalho. 

“Foi aqui que construí minha família, comprei minha casa e consegui adquirir algumas coisas. Vejo que não só eu, mais grande parte das pessoas que moram aqui, conseguiram crescer muito pessoalmente e financeiramente devido as empresas”. 

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