Campo Grande registrou em abril uma leve retração de 0,3% no Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que caiu de 101,8 pontos em março para 101,5 neste mês, conforme pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar do recuo, o índice permanece acima da linha dos 100 pontos, o que ainda indica satisfação das famílias quanto à capacidade de consumo.
Segundo a pesquisa, a redução foi puxada por uma piora na percepção sobre o nível atual de consumo (-3,1%) e nas perspectivas de consumo para os próximos meses (-3,6%), apontando um movimento de cautela por parte dos consumidores campo-grandenses.
Apesar da leve queda, outros componentes do índice apresentaram estabilidade ou melhora, como a avaliação sobre o momento para aquisição de bens duráveis (+2,6%) e a percepção do emprego atual (+0,9%) — sinalizando que o cenário ainda conta com focos de otimismo entre as famílias.
“Essa retração, ainda que pequena, mostra que o consumidor está mais comedido. Apesar da manutenção de emprego e renda em patamares relativamente estáveis, o impacto de fatores como endividamento e juros ainda elevados pode estar influenciando a decisão de postergar compras, especialmente as de maior valor”, explica Regiane Dedé de Oliveira, economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio-MS (IPF-MS).
A pesquisa também revela diferenças de percepção conforme a faixa de renda:
- Famílias com rendimento superior a 10 salários mínimos registraram ICF de 117,1 pontos, demonstrando maior otimismo;
- Já entre aquelas com rendimento de até 10 salários mínimos, o índice ficou em 98,5 pontos, abaixo da linha de satisfação.
Ainda assim, 50% das famílias entrevistadas disseram sentir-se mais seguras em relação ao emprego se comparado ao ano passado, e 52,8% afirmaram que sua renda se manteve estável em relação a 2024.
O levantamento do ICF é realizado mensalmente com base na percepção de 500 famílias em Campo Grande e busca medir a confiança dos consumidores em relação a aspectos como emprego, renda, crédito e consumo, tanto no presente quanto no curto prazo.
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