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quinta-feira, 30 de janeiro, 2025
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Cassilândia se consolida como novo polo da citricultura em Mato Grosso do Sul

Cassilândia, município localizado no interior de Mato Grosso do Sul, está se tornando um importante polo de citricultura no Estado. Este ano, a expectativa é que 3,2 mil hectares de laranja sejam plantados na região, somando aos 800 hectares já em cultivo. Com um projeto ambicioso, Mato Grosso do Sul projeta atingir 30 mil hectares dedicados à citricultura, um marco que promete transformar a economia local e estadual.

O avanço da citricultura em Cassilândia está alinhado com um esforço do governo estadual para preparar o ambiente favorável ao cultivo. Ações legislativas e políticas públicas estão sendo implementadas para apoiar o crescimento da atividade no Estado. Segundo Jaime Verruck, titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semadesc), o grande objetivo é buscar a industrialização da cadeia produtiva quando o total de hectares plantados se aproximar de 25 mil.

“A citricultura se adapta bem nas áreas mais arenosas, com menor teor de argila, e isso é crucial. A laranja, com sistemas de irrigação, exige investimentos elevados, mas oferece alta produtividade. Além disso, temos o fator da migração da produção paulista de laranjas, especialmente devido à ameaça da doença do greening”, explica Verruck.

Atualmente, a citricultura já é uma realidade em diversos municípios do Estado, incluindo Campo Grande, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, e Três Lagoas, entre outros. Em Cassilândia, as autoridades locais e representantes da empresa Frucamp se reuniram para discutir os próximos passos do setor, que inclui o plantio de laranja com ciclo de produção de 20 anos. Após três anos do plantio, a primeira safra acontece, com estabilidade da produção após cinco anos. A colheita no Estado ocorre entre maio e janeiro.

No entanto, um dos maiores desafios para o sucesso da citricultura em Mato Grosso do Sul é o controle do greening, uma doença que afeta as frutas cítricas em todo o mundo e já causou grandes prejuízos na Flórida (EUA). A coordenadora de Citricultura da Semadesc, Karla Nadai, destaca a importância de prevenir a propagação da doença. “A doença é transmitida por um inseto, o psilídeo, e por isso, é essencial que apenas mudas certificadas e livres de contaminação sejam plantadas. A venda de mudas irregulares é proibida, pois representa um risco à citricultura local”, enfatiza Karla.

A doença é causada por uma bactéria transmitida pelo psilídeo, que se alimenta de plantas cítricas e pode espalhar a infecção. Durante uma reunião com autoridades estaduais e municipais, foi destacada a importância de conscientizar a população sobre o perigo de comprar mudas de ambulantes, além da necessidade de erradicação da murta, planta hospedeira do psilídeo, como estipulado pela Lei Estadual nº 6.293, de 2024.

O prefeito de Cassilândia, Rodrigo de Freitas, ressaltou o papel fundamental da parceria entre o município, o Estado e as empresas privadas para o sucesso da citricultura na região. “Estamos comprometidos em consolidar Cassilândia como um exemplo de desenvolvimento sustentável e competitivo”, afirmou o prefeito.

Com a expansão da citricultura, o Estado também vê a possibilidade de ampliar a cadeia produtiva por meio da industrialização, como o processamento de suco. Verruck destacou a importância do setor para a economia local, gerando empregos tanto para os moradores de Mato Grosso do Sul quanto para pessoas de fora. “A citricultura é altamente demandante de mão de obra, o que representa uma grande oportunidade de desenvolvimento para o Estado”, conclui o secretário.

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