Das 20 mil famílias indígenas que vivem em áreas rurais regularizadas de Mato Grosso do Sul, 18,7 mil já foram recadastradas pela Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead). O processo, que busca atualizar dados, ampliar a transparência e modernizar a logística de entrega das cestas alimentares, segue até o dia 31 de dezembro.
A partir de 2025, será implementado um sistema de controle digital com cartões equipados com QR Codes para garantir a destinação correta dos alimentos. O cartão azul será destinado ao titular do benefício, enquanto o verde será usado por pessoas autorizadas, caso o titular não possa retirar a cesta pessoalmente.
Segundo o cacique Ivanildo Mendes, da Aldeia São João, em Bonito, a iniciativa é crucial para a segurança alimentar da comunidade. “A cesta é importante para nós. Algumas famílias não têm renda e a entrega ajuda bastante. A gente não tem reclamação. Os alimentos são muito bons, são de primeiríssima qualidade”, afirmou.
Entrega mensal com produtos adaptados às comunidades
As cestas são entregues mensalmente em 86 aldeias distribuídas por 27 municípios do estado. Cada cesta inclui arroz, feijão, sal, macarrão, leite em pó, óleo, açúcar, fubá, charque, canjica e erva de tereré.
As mudanças nos itens foram realizadas neste ano com base em parecer técnico da Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFMS, que levou em conta aspectos culturais e necessidades nutricionais dos povos originários. A canjica amarela substituiu a farinha de mandioca, a erva de tereré foi adicionada, e a quantidade de feijão aumentou de três para quatro quilos. Com isso, a cesta passou de 10 para 11 itens.
O programa segue como um instrumento fundamental para garantir a segurança alimentar das comunidades indígenas, respeitando suas tradições culturais e atendendo às necessidades nutricionais.