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quarta-feira, 20 de novembro, 2024
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Cinco pesquisadores da UFMS são finalistas do Prêmio Fundect Pesquisador Sul-Mato-Grossense

No próximo dia 2 de dezembro, a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul realiza a cerimônia de entrega do Prêmio Fundect Pesquisador Sul-Mato-Grossense 2024. O prêmio é o maior reconhecimento do Estado concedido a pesquisadores de excelência, que desenvolvem relevantes pesquisas e contribuem para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul por meio da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

Entre os finalistas estão cinco pesquisadores da UFMS. “A indicação dos pesquisadores da UFMS na lista final do Prêmio Fundect Pesquisador Sul-Mato-Grossense 2024 é extremamente importante, porque reconhece o trabalho relevante desenvolvido por esses profissionais na área de ciência, tecnologia e inovação, destaca a importância da Instituição e de nossos pesquisadores no cenário nacional e internacional e estimula outros pesquisadores da UFMS para que continuem desenvolvendo projetos inovadores e relevantes contribuindo para o desenvolvimento do Estado de Mato Grosso do Sul. Nossa equipe de pesquisadores é fundamental para o sucesso da UFMS”, diz o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Fabrício Frazilio.

O professor da Faculdade de Medicina Rodrigo Juliano Oliveira é um dos três finalistas em Ciências da Vida na categoria Pesquisador Destaque. “Sinto-me muito orgulhoso por ter sido indicado. É o verdadeiro reconhecimento do meu trabalho prestado à ciência de MS, do Brasil e do mundo. As principais pesquisas desenvolvidas por nosso grupo versam sobre a genética toxicológica que avalia contaminantes ambientais ou produtos naturais e sintéticos que podem induzir, prevenir ou tratar o câncer e/ou induzir malformações. Considero essa linha de pesquisa essencial para a saúde pública porque pode indicar potenciais riscos à saúde da população as resguardando de intoxicações, doenças e até mesmo do nascimento de filhos com malformações”, comemora o professor. Rodrigo explica que os estudos do Centro de Estudos em Células-Tronco, Terapia Celular e Genética Toxicológica ajudam a proteger tanto o indivíduo como as gerações futuras.

“Pesquisamos na área de terapia celular, com células-tronco mesenquimais, e os nossos resultados são surpreendentes no tratamento da osteoartrite de joelho, tendão Calcâneo roto, Doença de Crohn, feridas complexas e Bexiga Hipocontrátil. Esse último protocolo é um tratamento genuinamente sul-mato-grossense para o mundo e tratamos com eficiência uma doença antes sem tratamento. Assim, nós criamos protocolos de tratamento eficiente para doenças que não tem tratamento padrão-ouro na medicina tradicional. Realmente, estou muito feliz com as nossas pesquisas e essa indicação”, acrescenta.

Na área de Ciências Exatas da categoria Pesquisador Destaque, um dos indicados é a professora Larissa Pereira Teodoro do Câmpus de Chapadão do Sul. “Minha área de atuação é em Melhoramento de Plantas, com ênfase em Fenotipagem de Alto Rendimento e Inteligência Computacional na Agricultura e Florestas. Meus projetos de pesquisa são voltados para a utilização destas tecnologias, que envolvem principalmente o uso de sensores remotos e técnicas de aprendizagem de máquina, na seleção de genótipos mais produtivos e adaptados a estresses ambientais e identificaçao de sistemas de cultivo de baixo carbono”, explica Larissa.

“Sou sul-mato-grossense, nascida e criada neste Estado. Receber esta indicação é uma grande satisfação e orgulho para mim. A satisfação é de ter a importância das minhas pesquisas e dos esforços de toda a minha equipe sendo reconhecidas. E o orgulho vem de ser de um Estado que valoriza seus cientistas! Agradeço profundamente à UFMS por todo apoio e incentivo às pesquisas, e à Fundect e ao Governo do Estado por proporcionarem esse reconhecimento dos nossos pesquisadores, que nos motiva a fazer ainda mais e melhor em prol da ciência, tecnologia e inovação”, fala.

Na área de Ciências Humanas da categoria Pesquisador Destaque, um dos indicados é o professor do Câmpus do Pantanal Aguinaldo Silva. “Fico muito feliz em estar entre os finalistas, principalmente pelos projetos que estou desenvolvendo no Pantanal, por poder contribuir para entender o impacto das mudanças ambientais no bioma, servindo de base para tomadas de decisões por outras instituições que desenvolvem pesquisas no Pantanal junto às comunidades tradicionais e também por contribuir na formação de recursos humanos”, diz Aguinaldo.

“Atualmente estou desenvolvendo os seguintes projetos Dinâmica hidrossedimentológica e mudanças ambientais no rio Paraguai no Pantanal Sul- MatogrossenseAnálise multidisciplinar das mudanças ambientais e hidrossedimentares quaternárias no Pantanal Sul-Mato-GrossenseO papel das barras arenosas e vegetação no processo de expansão da planície do Pantanal todos aprovados e financiados pela Fundect. Os projetos que estão sendo desenvolvidos abrangem as mudanças ambientais no Pantanal, geomorfologia fluvial do rio Paraguai e a importância da vegetação no processo de expansão da planície pantaneira. Além dos projetos mencionados, estou iniciando o desenvolvimento de um projeto sobre o Pantanal com o apoio da Petrobrás”, destaca Silva.

Inovação

Na categoria Pesquisador Inovador, serão distribuídos prêmios em duas áreas: Inovação para o setor empresarial e Inovação para o setor público. O pesquisador Cauê Martins do Instituto de Física está entre os três finalistas na primeira área. “Nosso laboratório tem muita interação com o setor privado, desde o financiamento em pesquisas até investimento em bolsas de estudo. Esta cultura acompanha todas as nossas atividades, de modo que algumas startups já estão surgindo dentro do próprio laboratório. A temática principal é a geração de energia limpa e a mitigação de poluentes, com objetivo principal de trabalhar para reduzir os eventos climáticos extremos”, conta Martins. Entre as empresas parceiras nos estudos estão a Copa Energia, Águas Guariroba, Instituto Mosaic e Green Fuel. Para o professor, essas e outras atividades realizadas em colaboração com o setor privado provam o interesse do setor produtivo em trabalhar para reduzir os impactos ambientais, ao mesmo tempo que mostra que a academia pode contribuir com entregas imediatas.

“Fico muito feliz com esta indicação. Iniciei a empreitada em trabalhar junto ao setor privado em 2014 e já enfrentei muitos desafios. Minhas ações só se concretizaram com o apoio da UFMS, que é um exemplo de como as universidades podem assistir os pesquisadores e auxiliar a conexão com o setor produtivo. Me sinto honrado em ser indicado em um Prêmio tão importante. A Fundect sempre esteve presente na minha vida como estudante e pesquisador aqui no Estado. O apoio da Fundação e da UFMS oportuniza que estudantes e pesquisadores trabalhem com foco na produção de tecnologias que trazem benefícios socioambientais para a comunidade de MS e de todo o país. Minha maior felicidade é ver os estudantes que trabalham nestas iniciativas serem contratados e integrados a essas empresas, bem como empreendendo de forma consciente em setores de vanguarda”, diz.

A pesquisadora Ana Rita Coimbra da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição é uma das finalistas na categoria Inovação para o setor público. “Os estudos epidemiológicos, clínicos e moleculares em hepatites virais, HIV, HTLV, sífilis e outras IST conduzidos por nossa equipe em populações em situação de elevada vulnerabilidade como populações de difícil acesso, populações-chave e prioritárias como os imigrantes, as comunidades afrodescendentes (quilombolas), comunidades ribeirinhas (Pantanal), população privada de liberdade, pessoas que fazem uso de drogas ilícitas, profissionais do sexo, pessoas trans, homens que fazem sexo com homens e catadores de materiais recicláveis vêm promovendo, ao longo desses anos, melhoria na atenção à saúde dessas populações em todos os níveis, desde educação em saúde, prevenção, aconselhamento, diagnóstico até o encaminhamento para tratamentos específicos”, conta.

O trabalho que resultou na indicação ao Prêmio foi o referente à Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP). “É uma alternativa para as pessoas que não conseguem usar os métodos clássicos de prevenção do HIV. Uma vez que existe uma medicação profilática segura que apresenta altos níveis de proteção contra infecção pelo HIV e poucos efeitos colaterais, cabe aos usuários garantir a adesão à profilaxia pois o uso irregular desta medicação constitui um dos maiores problemas relacionados à falha terapêutica. Além disso, é extremamente importante a capacitação, organização e articulação dos serviços de saúde, para que possam atender, acolher e reter os usuários de PrEP considerando seus aspectos individuais, sociais e pragmáticos”, fala Ana Rita.

De acordo com a pesquisadora, uma das alternativas para prevenção e controle de infecções sexualmente transmissíveis até 2030 foi o desenvolvimento do aplicativo PrEPProtege, resultado da tese da estudante Gabriela Alves Cesar, orientado pelo professor Roberto Braz da Faculdade de Computação e depositado como patente em maio de 2021. “Acreditamos que o desenvolvimento desta importante ferramenta fornecerá informações essenciais para a melhoria do serviço de saúde visando ampliar, divulgar, facilitar e garantir o acesso e adesão da população à este método preventivo (Profilaxia Pré-Exposição-PrEP). Além disso, o aplicativo possibilita o agendamento de consultas, lembretes para uso medicamento, esclarecimento de dúvidas diante de intercorrências, bem como orientações de uso, contribuindo, desta forma, para o atendimento e acompanhamento diferenciado e de qualidade para todos os usuários”, enfatiza.

“A implantação deste serviço de apoio à distância, on-line terá como objetivo dirimir dúvidas ou oferecer orientação as questões relacionadas ao agendamento de consultas e exames, remarcação, intercorrências, orientação sobre posologia, falhas na adesão entre outras informações sobre PrEP para a população de usuários”, conclui.

O Prêmio

Serão distribuídos R$ 90 mil em prêmios e os três primeiros colocados de cada subcategoria receberão: R$ 10 mil para o primeiro lugar, R$ 5 mil para o segundo e R$ 3 mil para o terceiro. Os pesquisadores que ficarem com a primeira colocação serão indicados pela Fundect ao Prêmio Confap de Ciência, Tecnologia & Inovação – Professor Ennio Candotti, dando visibilidade em âmbito nacional aos resultados das pesquisas, inovações e projetos realizados em Mato Grosso do Sul.

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