Os relatos pelas redes sociais são diversos e a localização é muito ampla, de modo geral todas as regiões de Campo Grande têm, ao menos, um morador que já flagrou o temido escorpião em sua casa ou na calçada neste início de ano. O animal peçonhento se reproduz nessa época do ano, quando há o aumento das temperaturas e do período chuvoso, e por conta deste cenário é importante ter a atenção redobrada.
Em um post recente compartilhado por uma página de humor de Campo Grande, um morador fez o alerta para a presença de escorpião na calçada da Orla do Aeroporto. No vídeo, ele mostra o bicho saindo da grama, próximo ao meio-fio. Nos comentários, os seguidores disseram que sempre encontram em suas casas.
“No Otávio Pecora tbm aparece muito”, escreveu uma pessoa, que complementou dizendo que a sua filha, de três anos, tinha sido picada, mas já estava tudo bem com ela. “Moro na Vila Sobrinho e o quinto que acho lá em menos de 2 meses”, comentou outra pessoa, ressaltando que viu no box do banheiro e quase pisou achando que era uma barata.
Dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde, apontam que, em 2024, foram 1.359 casos de picadas de escorpião registrados em Campo Grande, sendo as regiões urbanas do Anhanduizinho e Lagoa as mais afetadas. Nenhum óbito foi confirmado pelo Município como sendo consequência do veneno do inseto.
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) detalhou que o período de maior registro de escorpiões encontrado pelos moradores foi entre janeiro a abril, com 847 solicitações para desinsetização. A gerente do CCZ e médica veterinária Claudia Macedo reforça que a principal orientação é manter os ambientes limpos e organizados.
Ela destacou que os campo-grandenses devem eliminar possíveis esconderijos do animal peçonhento, que vive em restos de entulho, encanamentos, folhas secas e esgoto. “Pequenas atitudes, como vedar ralos de pias e do banheiro, bem como frestas, são essenciais para prevenir a entrada dos escorpiões nas residências”, reforçou.
Em caso de picada, é preciso tomar alguns cuidados imediatos. “O ideal é lavar o local da picada com água e sabão e procurar atendimento médico o mais rápido possível. Deve-se observar os sinais como inchaço, vermelhidão, dor, aumento de calor no local da picada e procurar atendimento em uma unidade de saúde”, explica o médico Bruno Casal.
Segundo a Sesau, todas as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros Regionais de Saúde (CRS’s) estão preparados para atender casos leves a moderados, com acompanhamento clínico e uso de analgésicos. Se for um caso grave, os pacientes são encaminhados a um hospital de referência para aplicação do soro antiescorpiônico.
Recomendações para evitar acidentes com escorpião:
O que fazer em caso de picada
- Lave o local da picada com água e sabão.
- Procure uma unidade de saúde imediatamente.
- Se possível, capture o escorpião com segurança ou fotografe-o para facilitar a identificação.
Medidas preventivas indicadas pelo CCZ
- Vedação de ralos e frestas: Utilize grelhas com telas em ralos e mantenha portas e janelas bem vedadas.
- Limpeza do ambiente: Evite acúmulo de entulhos, restos de construção, folhas secas e lixo, que podem servir de abrigo para escorpiões.
- Cuidados dentro de casa: Verifique roupas, calçados e toalhas antes de usá-los. Afaste camas e berços das paredes e evite que lençóis toquem o chão.
Orientações da Vigilância em Saúde
- Mantenha os quintais limpos e gramas aparadas;
- Evite entulhos que favoreçam a proliferação de escorpiões;
- casos em crianças menores de 7 anos e idosos exigem mais atenção devido ao risco de complicações;
- Não aplique substâncias, faça torniquetes ou realize sucção.
Serviço de desinsetização e orientações do CCZ
O CCZ realiza vistorias em locais com infestação e oferece canais de contato para a população. Os telefones são: (67) 2020-1796, (67) 2020-1802 ou (67) 3313-5000. WhatsApp: (67) 2020-1796. E-mail: [email protected] para agendamentos.
