Atualmente em 13,25% ao ano, a Selic pode sofrer novo aumento em março, e isso impacta seu bolso
A Selic, a taxa básica de juros, vem subindo desde setembro de 2024 e está atualmente em 13,25%. Esse índice é crucial para a economia, pois influencia diretamente outras taxas, como as de financiamentos, cartões de crédito e investimentos. E, segundo as previsões, um novo aumento pode ocorrer na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em março.
Mas você sabe o que é a taxa de juros e para onde vai o dinheiro que ela gera? Veja a seguir como a Selic pode encarecer uma dívida de R$ 100.
Para isso, a reportagem contou com a ajuda do doutor em economia e professor da Universidade Mackenzie Hugo Garbe. Assim, foram definidos dois cenários: um onde a Selic estava a 12,25% ao ano, a penúltima alta, e o segundo com a taxa atual.
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Para onde vai o dinheiro dos juros?
Garbe explica que os juros pagos pelos consumidores e empresas vão para quem emprestou o dinheiro.
“No caso de empréstimos bancários, o valor vai para os bancos e instituições financeiras. Se o governo pega dinheiro emprestado via títulos públicos, os juros vão para os investidores que compraram esses títulos, como fundos de investimento, bancos e até mesmo pessoas físicas que investem no Tesouro Direto”, afirma.
Qual a relação entre os juros e a inflação?
Segundo o economista, o BC aumenta a Selic para encarecer o crédito. Com isso, financiamentos, empréstimos e compras parceladas ficam mais caros. Assim, as pessoas e as empresas gastam menos, reduzindo a demanda por produtos e serviços.
“Essa menor demanda ajuda a segurar os preços e, assim, a inflação tende a cair. No entanto, essa estratégia tem um custo: pode desacelerar o crescimento econômico e afetar o mercado de trabalho”, explicou.
Os juros vão aumentar na próxima reunião do Copom?
Garbe afirma que, caso um novo aumento aconteça, será um sinal de que o Banco Central ainda vê riscos inflacionários. Porém, segundo ele, a expectativa do mercado é que, se a inflação mostrar sinais de controle nos próximos meses, a Selic volte a cair gradualmente.
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“O problema é que, se os juros permanecerem altos por muito tempo, o impacto negativo na economia pode ser grande, reduzindo o consumo e os investimentos produtivos”, afirma.
O cenário ainda é incerto, segundo ele, e a decisão do Banco Central vai depender dos próximos dados de inflação, do câmbio e das expectativas do mercado. “O desafio é equilibrar o combate à inflação sem comprometer demais o crescimento econômico”, explicou.
Fonte: R7