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Confira dicas para enfrentar os males causados pelo calor intenso

02/02/2015 15h00

Confira dicas para enfrentar os males causados pelo calor intenso

GNT

O verão de 2015 será lembrado como aquele em que a sensação térmica ultrapassou os 50 graus em várias cidades do Brasil. Os dias de céu azul, sol e praia, no entanto, são acompanhados algumas vezes por mal estar, sensação de fraqueza e tonturas, entre outros problemas associados às altas temperaturas.

A razão é simples: nossos vasos sanguíneos se dilatam para reequilibrar a temperatura do corpo, como explica o angiologista Pedro Paulo Komlós, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). Isso reduz a pressão arterial, podendo causar sonolência e tontura, ainda mais quando não bebemos água o suficiente. Para combater a queda de pressão, a solução é fugir do calor e se hidratar.

Inchaço nos braços e nas pernas

A dilatação dos vasos sanguíneos é a causa, mais uma vez. “O retorno do sangue dentro das veias dilatadas se dá mais lentamente, não há tanta pressão. A atividade física ajuda nesse retorno. Fazer uma caminhada, pedalar…”, ensina o angiologista Pedro Paulo Komlós. Esse inchaço desaparece após uma boa noite de sono. “Se tiver alguma insegurança, procure um especialista”, aconselha o médico. Infecção urinária e candidíase

O calor nos faz desidratar pelo suor e quem não bebe água para repor essa perda pode ter uma infecção urinária, avisa o ginecologista e obstetra Antonio Paulo Stockler, do Hospital Universitário Antônio Pedro (UFF). Além disso, o calor e a umidade do suor criam o ambiente perfeito para a proliferação exagerada dos fungos que existem naturalmente na nossa pele, como o que provoca a candidíase. A doença atinge a região íntima da mulher, causando coceira, corrimento esbranquiçado, ardência e desconforto durante o ato sexual. O diagnóstico deve ser feito pelo ginecologista. Stockler alerta que ficar muito tempo com o biquíni molhado ou usar roupas justas ou sintéticas pode fazer esse fungo se multiplicar. Higiene feita da forma errada também é perigosa. “A higiene deve ser diária, claro, mas os sabonetes íntimos devem ser usados no máximo de 3 a 4 vezes por semana. Se usados em excesso, matam a flora que protege o corpo”, ensina o ginecologista.

Insolação e desidratação

Quem fica muito tempo sob o sol pode ter os sintomas de uma insolação, como dor de cabeça, sensação de desfalecimento, moleza, náuseas, vômitos, febre alta e taquicardia, como explica o clínico geral Antonio Carlos Till, diretor do Vita Check-Up Center.

Evite que a insolação se transforme em desidratação. Caso tenha os sintomas, tome banho frio, de banheira, se possível; beba muita água e fique em repouso, longe do calor. “Pode-se fazer uso de antitérmicos. Se a febre não diminuir em 2 a 3 horas, se a pessoa continuar mole, aí sim, busque a emergência de um hospital”, aconselha o médico.

Cuidados com idosos devem ser redobrados também. “O idoso tem uma alteração no centro de regulação da sede e na percepção do calor. Todos devem beber pelo menos 2 litros de água até as 17h ou 18h”, explica a cardiologista Olga Souza, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOCERJ).

Intoxicações alimentares

O calor deteriora a comida mais rapidamente, por isso redobre a higiene no preparo e manipulação dos alimentos. Segundo a gastroenterologista Cristina Dantas, da Rio Gastroclínica, os primeiros sintomas surgem 72 horas após a contaminação: náuseas, vômitos, diarreia, febre, cólicas, mal estar e cansaço.

Na maioria dos casos, as gastroenterites agudas duram uma semana. Além da medicação prescrita por um especialista, é importante beber muita água, pois a desidratação é a consequência mais grave. Durante a recuperação, nada de jejum. Evite alimentos gordurosos, temperos, verduras, álcool e leite (já que durante a doença há a perda temporária da enzima que auxilia a digestão dele), como ensina a médica.

Olhos secos e conjuntivite

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, nos últimos dois verões o diagnóstico de olho seco aumentou em 10%. Segundo ele, os principais sintomas são: coceira, ardência, sensação de areia nos olhos, irritação, fotofobia e visão embaçada.

Quem não se hidrata direito, não protege os olhos do sol, se exercita em locais muito poluídos, usa secador de cabelo quente ou fica muito tempo no ar-condicionado, está mais propenso a ter o problema. O remédio? “Colírio de lágrima artificial, preferencialmente com conservante virtual que desaparece em contato com o olho e evita irritações”, segundo o oftalmologista.

O clínico geral Antonio Carlos Till também alerta para o aumento da incidência de conjuntivite. “Os microorganismos se proliferam mais rapidamente no calor. E as pessoas acabam levando mais as mãos aos olhos por causa da irritação provocada pelo tempo seco, pelo cloro da piscina ou do sal do mar, favorecendo a contaminação”, alerta.

Calor intenso pode provocar queda de pressão (Foto: Getty Images)

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