Um confronto envolvendo equipes da Polícia Militar e indígenas guaranis-kaiwás resultou na morte de uma pessoa, identificada até o momento apenas pelo primeiro nome, Neri. O caso ocorreu em uma fazenda em disputa judicial, no Território Nhanderu Marangatu, em Antônio João.
Segundo informações, os indígenas teriam investido contra os militares que fazem a segurança no local, há relatos de que alguns estariam armados com revólveres. Houve confronto e um indígena acabou baleado na cabeça, não resistindo e falecendo no mesmo instante. A PMMS ainda não se manifestou sobre o ocorrido.
O clima está tenso na região há pelo menos uma semana, quando houve o primeiro confronto e também o incêndio da ponte que dá acesso à fazenda que estava para ser ocupada pelos indígenas. Por determinação da Justiça Federal, a Polícia Militar permaneceu na área para impedir a ocupação da propriedade.
Na segunda-feira (16), os indígenas teriam ocupado parte da propriedade. Houve um diálogo entre policiais e as lideranças, que chegaram a firmar um acordo para que a área ocupada não fosse ampliada. Entretanto, os indígenas teriam avançado mesmo assim, sendo necessário acionar a Tropa de Choque da PM para garantir a segurança.
Nesta quarta-feira (18), houve o novo confronto entre indígenas e policiais, que acabou resultando na morte de um dos indígenas. Nas redes sociais, a Aty Guasu (Grande Assembleia Guarani-Kaiowá) diz que houve um massacre na área retomada pelos guaranis-kaiwás. Vídeos foram divulgados mostrando correria, gritos e fumaça.
Ao todo, o Território Nhanderu Marangatu tem 9,3 mil hectares e foi homologada em 2005, mas a demarcação foi suspensa por mandado de segurança impetrado no STF (Supremo Tribunal Federa).
Além disso, existe uma ação em andamento no TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região pedindo a aplicação da tese do marco temporal e uma liminar da Justiça Federal em Ponta Porã que determina a permanência na Polícia Militar na área.