03/05/2015 08h00
Confusão em número de rua e google fazem criança perder vaga em escola
A mãe da pequena Lara Fernandes de Paula, de apenas 5 anos, está desesperada porque não conseguiu matricular a filha na Escola Municipal Professora Iracema Maria Vicente, de período integral, no Bairro Rita Vieira III. Na hora de fazer o cadastro, apareceu no sistema que a mesma mora a mais de 2 mil metros do centro de ensino, sendo que ela mora há cerca de 800 metros do local.
A empregada doméstica Enilce Tavares Fernandes, 35 anos, conta que tudo começou quando a menina perdeu vaga no Ceinf (Centro de Educação Infantil) no bairro porque havia completado 5 anos. Como um dos filhos, de 7 anos, já estudava na escola de tempo integral, ela decidiu matricular a menina em dezembro do ano passado.
“Primeiramente coloquei o nome dela em uma fila de espera e me pediram para aguardar. Depois como ninguém havia entrado entrou em contato comigo decidi retornar na escola em janeiro. Foi aí que a diretora me disse que o nome da minha filha nem estava na fila de espera, porque na página de internet Google Maps, apareceu que eu morava a 2 mil da escola e que a prioridade era para quem morava mais perto”, explicou Enilce.
Foi quando Enilce pediu para o seu chefe procurar na internet seu numéro, o 38, para realmente conferir se a distância de sua casa até a escola dava mesmo 2 mil metros. “Quando joguei o endereço no Google Maps deu que eu moro no Bairro Coopharadio, sendo que moro no Rita Vieira III. O problema é que existe um erro de numeração, na minha Rua Martine de Moraes, por exemplo tem casas que tem dois números, onde já viu isso. A prefeitura precisa arrumar isso logo”, comentou.
A rua começou e terminou no Bairro Rita Vieira 3 por muitas décadas. No entanto, com a expansão imobiliária, ela foi esticada e chegou até o Bairro Coopharádio, promovendo a bagunça nos números das casas e nos mapas do google. Atualmente, ao mesmo tempo em que a rua tem o número 38, a casa na frente tem outro totalemente diferente, 1.979.
Foi a partir daí que as dificuldades de Enilce. A empregada doméstica teve que começar a levar a filha para o emprego. “Fica difícil trabalhar com uma criança no seu pé o tempo todo. Sem falar que corro o risco de perder o emprego”, destacou.
Sem tem o que fazer, Enilce procurou a Defensoria Pública. Em seguida, a Semed conseguiu uma vaga para a criança estudar na Escola Municipal Antonio José Paniago, no Jardim Itamaracá. “Aí minha menina teria que pegar ônibus e ele não teria como acompanhá-la. Também não posso deixar uma criança de cinco anos andar sozinha e até agora ela está sem estudar. Meu medo é que o Conselho Tutelar venha me procurar”, finalizou.
Se fosse para o Bairro Itamaracá, a menina iria sozinha e pegaria três ônibus (um até o Terminal Morenão, outro até o Terminão Guaicurus e, de lá, outro para a escola).
Conforme a direção do estabelecimento a orientação é que a mãe procure novamente a instituição, para pleitear uma vaga e para observar se há algum erro no cadastro.Quando ao problema no endereço, a orientação é procurar a Central de Atendimento ao Cidadão e fazer a reclamação pedindo providências.
A direção informou ainda que a Escola Municipal Professora Iracema Maria Vicente, por ser em período integral e ter uma procura muito alta, tem a distribuição de vagas feita de forma diferente, por meio de edital lançado todos os anos, chamando os pais para a seleção. Neste momento não há vagas para crianças na idade da aluna citada, e há uma fila de espera de 60 crianças.
Com Informações do Campo Grande News