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domingo, 16 de março, 2025
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Copom deve elevar taxa Selic para 14,25% nesta semana, maior nível desde 2006

Será o quinto aumento consecutivo, segundo expectativa do mercado e conforme indicado pelo Copom na última reunião em janeiro

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar nesta quarta-feira (19) um aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros, elevando a Selic de 13,25% para 14,25% ao ano. Caso a previsão do mercado se confirme, a taxa atingirá o maior patamar desde julho de 2006, marcando a quinta alta consecutiva desde setembro do ano passado.

O movimento ocorre na segunda reunião sob a liderança do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que assumiu o cargo no início deste ano. A decisão do Copom busca conter a alta da inflação, que registrou avanço de 1,31% no índice oficial (IPCA) em fevereiro, o maior para o mês desde 2003.

Impacto da Selic e perspectivas

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Juros mais altos encarecem o crédito, desestimulando o consumo e a produção, mas também podem dificultar o crescimento econômico. Segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, a alta do dólar, que fechou em R$ 5,74 na sexta-feira (14), influência o cenário inflacionário, mas o Banco Central deve seguir com aumentos para atingir a meta de 3% de inflação.

Economistas do C6 Bank projetam que a Selic possa subir até 15% no meio do ano, mantendo-se nesse patamar até o fim de 2026. Já o Sicredi e analistas da XP apontam a possibilidade de interrupção do ciclo de altas caso a atividade econômica desacelere mais rapidamente do que o esperado.

Histórico e perspectivas futuras

O atual ciclo de alta dos juros começou em setembro do ano passado. Desde então, o Copom elevou a Selic em cinco ocasiões: de 11,25% em novembro para 13,25% em janeiro. Para os próximos meses, Sung prevê aumentos adicionais de 0,75 ponto percentual em maio e 0,25 em junho, com a taxa podendo atingir 15,25% ao ano.

A decisão final do Copom levará em conta o cenário econômico nacional e internacional, incluindo riscos fiscais e tensões comerciais entre Estados Unidos e outros países. A evolução da inflação e do crescimento econômico será determinante para definir se o Banco Central continuará com sua política de aperto monetário.

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