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quinta-feira, 20 de março, 2025
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Copom mantém taxa de juros em 14,25% ao ano e governo atribui cenário à gestão anterior

Sem surpresas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 14,25% ao ano. A decisão reflete a continuidade do cenário macroeconômico desafiador, marcado por inflação persistente e incertezas fiscais.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu a responsabilidade pelo atual nível da taxa Selic à administração anterior. Essa narrativa tem sido reforçada por autoridades governamentais, que apontam para o legado econômico deixado por gestões passadas como fator determinante para o atual aperto monetário.

A última vez que o Brasil registrou uma taxa de juros tão elevada foi há quase uma década, no início do governo Michel Temer, logo após o impeachment de Dilma Rousseff. Desde então, os juros passaram por ciclos de redução e alta, refletindo o comportamento da inflação e da política fiscal adotada por diferentes administrações.

O Copom indicou ainda que o atual patamar da taxa de juros pode ser superado na próxima reunião, caso o cenário econômico não apresente melhora significativa. Os principais fatores que pressionam a manutenção ou elevação da Selic são amplamente conhecidos e já foram amplamente debatidos: a inflação elevada, impulsionada por gastos públicos excessivos, e a atividade econômica acelerada, estimulada por incentivos ao consumo.

Além disso, o Banco Central reiterou preocupações quanto à sustentabilidade da dívida pública, um fator que vem gerando apreensão entre investidores e analistas do mercado financeiro. A necessidade de maior previsibilidade fiscal e controle de gastos tem sido um dos principais pontos de discussão no cenário econômico atual.

Enquanto isso, o presidente Lula nega qualquer relação entre sua administração e o atual patamar de juros. O chefe do Executivo também rejeita a necessidade de ajustes na gestão das contas públicas, argumentando que sua estratégia econômica se baseia em ampliar a arrecadação para aumentar os investimentos e os gastos sociais. Segundo o presidente, o estímulo ao consumo e ao crédito é essencial para recuperar a popularidade de seu governo e fomentar o crescimento econômico.

Diante desse cenário, resta saber como essa estratégia será avaliada pelos agentes econômicos e, sobretudo, pelos eleitores, que acompanham de perto os impactos da política econômica em seu dia a dia.

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