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segunda-feira, 3 de março, 2025
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CRAS: tamanduás resgatados iniciam nova etapa em rumo à liberdade na natureza

A esperança de um recomeço se concretizou para três tamanduás que, após meses de reabilitação no Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS), deram mais um passo em sua jornada rumo à liberdade. Na última quinta-feira (37), os animais foram transferidos para o Instituto Tamanduá, em Aquidauana, onde passarão por uma fase de adaptação antes de serem reintegrados à natureza.

A transferência faz parte do projeto Órfãos do Fogo, uma iniciativa fundamental que visa resgatar e devolver à natureza animais que sofreram com queimadas, atropelamentos e outras ameaças. A equipe do Hospital Ayty, composta por veterinários e biólogos, foi responsável pela logística do transporte, garantindo que os tamanduás chegassem em segurança ao novo lar.

Histórias de Superação

Cada tamanduá resgatado tem uma história única de superação. Um dos transferidos, um tamanduá-bandeira, foi encontrado sozinho à beira de uma rodovia em Miranda, sem sua mãe por perto. O rápido resgate e os cuidados recebidos no CRAS proporcionaram uma segunda chance para o animal. Outro caso marcante é o de um tamanduá-mirim encontrado em Campo Grande pela Polícia Militar Ambiental (PMA), que, após ser resgatado frágil e desorientado, passou por um processo de reabilitação cuidadosa até alcançar o estágio atual.

Além deles, um segundo tamanduá-bandeira, que chegou ao CRAS em novembro de 2024 com suspeita de cinomose, também foi transferido para o Instituto Tamanduá. Felizmente, os exames descartaram a infecção, e o animal pôde continuar sua jornada de reabilitação.

Compromisso com a Conservação

Para o diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), André Borges, essa ação reflete o compromisso do estado com a preservação da fauna. “O projeto Órfãos do Fogo é essencial para garantir que esses animais, vítimas de tragédias ambientais, tenham uma nova chance na natureza. A parceria entre o Imasul e o Instituto Tamanduá reforça nosso compromisso com a biodiversidade”, afirmou.

A veterinária Jordana Toqueto, que acompanhou os tamanduás durante a reabilitação, destacou o cuidado especializado para prepará-los para a nova fase. “Cada um desses tamanduás passou por exames detalhados, recebeu alimentação especializada e foi cuidadosamente preparado para retornar ao ambiente natural. Agora, no Instituto Tamanduá, aprenderão a sobreviver por conta própria antes de serem finalmente soltos”, explicou.

O Papel do Hospital Ayty

A recuperação dos tamanduás foi viabilizada pela estrutura do Hospital Ayty, um dos mais modernos do Brasil no atendimento a animais silvestres. Com espaços adaptados para diferentes espécies, o hospital conta com centros cirúrgicos, laboratórios, recintos de reabilitação e uma cozinha especializada em dietas balanceadas.

Aline Duarte, gestora do CRAS e do Hospital Ayty, ressaltou a importância do trabalho conjunto entre as instituições. “Nosso objetivo é garantir que esses animais estejam prontos para voltar à natureza. No hospital, receberam cuidados para a recuperação de sua saúde e fortalecimento físico, mas no Instituto Tamanduá terão a chance de desenvolver habilidades essenciais para a sobrevivência”, afirmou.

Alimentação e Comportamento Natural

A reabilitação não se restringiu a cuidados médicos. A equipe do hospital também trabalhou para garantir que os tamanduás mantivessem comportamentos naturais essenciais para sua sobrevivência. Isso incluiu a oferta de alimentos típicos da natureza, como cupins e formigas, além da adaptação ao processo de caça.

“Buscamos cupinzeiros na mata e os oferecemos aos tamanduás para que mantivessem o instinto de procurar alimento. Essa adaptação é crucial para que eles possam se alimentar sozinhos quando retornarem ao seu habitat”, explicou Jordana.

A Importância da Mobilização

O resgate de animais silvestres é um trabalho realizado em parceria com várias instituições, como o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar Ambiental e o Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap). Em casos de emergência, é fundamental que a população acione essas equipes especializadas e evite capturar animais por conta própria, pois isso pode colocar tanto o animal quanto as pessoas em risco.

O trabalho de recuperação e reintegração de animais silvestres, como os tamanduás, reflete a importância da colaboração entre instituições e da conscientização da população na proteção da fauna de Mato Grosso do Sul.

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