O governo federal enfrenta uma grave crise no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que pode resultar no afastamento do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Informações exclusivas obtidas pela reportagem indicam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi aconselhado a tomar medidas em relação ao ministro, após indícios de sua possível omissão diante de irregularidades no órgão.
A situação se agravou na última quarta-feira (23), quando a Polícia Federal deflagrou uma operação que desmantelou um esquema de fraudes envolvendo o INSS. No mesmo dia, Lula se reuniu com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, que o alertou sobre a possível omissão de Lupi em relação às fraudes, aumentando ainda mais a pressão sobre o governo.
Pressão para o afastamento de Lupi
Fontes próximas ao governo confirmam que, após a reunião com a PF, o presidente discutiu o caso com sua equipe de comunicação e outros ministros, sendo orientado a considerar o afastamento de Lupi. Contudo, a decisão inicial foi adiar qualquer medida drástica, aguardando mais informações antes de tomar uma ação decisiva. Em vez de demitir Lupi imediatamente, o governo optou pela exoneração do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, como forma de reagir à crise.
Entretanto, a divulgação de atas que mostram que Lupi foi alertado em junho de 2023 sobre indícios de irregularidades nos descontos na folha de pagamento dos aposentados intensificou a pressão. Esses novos elementos levantam sérias questões sobre o envolvimento do ministro com as fraudes, o que coloca em risco sua permanência no cargo.
O peso político da crise
Além das evidências de omissão por parte de Lupi, a proximidade das eleições de 2026 e a crescente preocupação com a imagem do governo em relação a suspeitas de corrupção são fatores determinantes na decisão sobre o futuro do ministro. A repercussão do caso no cenário político poderia afetar negativamente a credibilidade do governo Lula, especialmente diante das acusações de negligência na gestão do INSS.
O Palácio do Planalto, por sua vez, tem reagido rapidamente à crise, suspendendo todos os descontos, tanto autorizados quanto não autorizados, sobre os aposentados e prometendo devolver os valores descontados indevidamente. Agora, espera-se uma decisão ágil sobre a permanência de Lupi, considerando o impacto político que essa situação pode causar ao governo.
A crise no INSS, portanto, se desdobrou em um cenário de pressão política, com a expectativa de que a decisão sobre o futuro de Carlos Lupi seja tomada em breve, para evitar maiores danos à imagem do governo e à confiança da população.