O HR-MS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, tem mais um trite capitulo de sua historia, entre más gestões, mau atendimentos e casos diretos de acusações de crimes, na maioria de corrupção. Assim, nesta quarta-feira (12), após denúncias, o TJMS (Tribunal de Justiça de MS), decretou a prisão de ex-diretor Rehder dos Santos Batista.
Veja abaixo, detalhes do caso envolvendo o denunciado, que vem há dois anos, entre apurações com operações policiais, como a Operação Parasita, realizada pelo Gaeco em dezembro de 2022.
Hoje, o ato foi decretado em prisão preventiva do ex-diretor administrativo e financeiro do HR-MS ante Batista ter sido denunciado por corrupção passiva e ativa, peculato, associação criminosa e falsidade ideológica. Somadas as acusações, se condenado, ele pode pegar, aproximadamente, 20 anos de prisão.
O ex-diretor foi denunciado por fraudar notas fiscais. Em três anos, entre 1º de setembro de 2016 a 31 de outubro de 2019, a Cirumed Comércio Ltda, com aval de Rehder, teria emitido, segundo a denúncia, 45 notas fiscais simuladas, inserindo declarações inverídicas, aduzindo falsamente a venda de produtos hospitalares.
Caso dede 2022
Segundo a denúncia, o hospital registrava a compra no sistema, mas os produtos nunca chegavam ao hospital. Todavia, no sistema do Regional, os produtos apareciam como entregues ou doados para a empresa Cirumed, gerando nota fiscal e pagamento do servidor.
Rehder foi um dos alvos da Operação Parasita, realizada pelo Gaeco em dezembro de 2022. As investigações apontaram prejuízo de mais de 14 milhões de reais nos últimos anos, mediante compras fraudulentas.
“A título de exemplo, uma das comercializações simuladas, com valores em torno de 2,5 milhões de reais, destinou-se à aquisição do produto contraste, em quantidade suficiente para cerca de quatro anos, sendo que, por não ter sido entregue, o material se encontra em falta no hospital, inviabilizando exames e procedimentos essenciais a inúmeros pacientes”, justificou o Ministério Público, durante a operação.
Empresário deu carro e até pagou multas de trânsito de ex-diretor, aponta MPE
Em ação em que cobra R$ 4,7 milhões de ressarcimento por corrupção no Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, o MPE (Ministério Público Estadual) detalha que Rehder Batista dos Santos (então coordenador de Logística e Suprimentos e diretor Administrativo e Financeiro do HR) ganhou carro e teve até multa de trânsito paga sem precisa pôr a mão no bolso.
Conforme a denúncia, a fonte de tantos mimos era o empresário Emerson Ludwig, da Mega Comércio de Produtos Hospitalares. A relação era ganha-ganha: o diretor ganhava vantagens, o empresário levava milhões em compras fictícias, enquanto os cofres públicos eram lesados.
O esquema mostrado pelo MPE é ainda mais revoltante por se tratar do combalido sistema de saúde pública. Afinal, quem não tem um conhecido penando à espera de exame ou cirurgia? Ao passo que milhões escorriam pelo ralo.