O deputado estadual Caravina destacou, nesta terça-feira (18), na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a falta de policiais civis no estado e a necessidade de medidas urgentes para reforçar o efetivo. Segundo o parlamentar, há um déficit de quase 40% no número de investigadores e escrivães, o que compromete a segurança pública e a capacidade de investigação de crimes.
Durante seu pronunciamento, Caravina defendeu o retorno temporário de policiais civis aposentados ao serviço ativo como uma solução emergencial para minimizar a defasagem. “Temos um concurso autorizado pelo Governo. A atividade judiciária tem aumentado muito, e criou-se a necessidade de ajuda dentro dos quadros da Polícia Civil. O nosso efetivo não tem condições de atender as demandas. Se houverem policiais aposentados que possam imediatamente voltar à ativa, e há uma lei que ampara isso na Polícia Militar, recebendo um adicional, traz uma solução imediata ao problema de defasagem na polícia judiciária”, afirmou.
De acordo com os dados apresentados pelo deputado, Mato Grosso do Sul precisa de 1.980 investigadores, mas conta atualmente com apenas 1.212 em atividade. Entre os escrivães, o déficit chega a 200 vagas, com apenas 460 ocupadas em um total de 660 previstas. O problema se agrava diante do crescimento populacional do estado, que aumentou 32% entre 2000 e 2022, enquanto o efetivo policial permaneceu praticamente o mesmo.
Outro fator preocupante, segundo Caravina, é o aumento da demanda por serviços policiais devido a novas legislações e ao crescimento dos crimes cibernéticos, como assédio e exploração sexual. Para enfrentar esse cenário, foi criada em dezembro de 2024 a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC), mas a falta de agentes treinados dificulta sua operação plena.
O parlamentar também ressaltou que, mesmo com o concurso autorizado que prevê 300 vagas para escrivães e 100 para investigadores, ainda será necessário planejamento orçamentário e estratégico para garantir a recomposição do efetivo. “A defasagem de pessoal na Polícia Civil é enorme. Depois desse concurso, é necessário a alocação de recursos, gestão e orçamento. O momento é de priorizar ações para trazer efetivo e minimizar os problemas no atendimento da polícia judiciária”, concluiu Caravina, que é delegado aposentado.