Deputados federais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, representando Mato Grosso do Sul, minimizaram a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (18). Os parlamentares apontaram viés político na acusação e alegaram falta de provas concretas.
O deputado Coronel David (PL), um dos mais fiéis apoiadores de Bolsonaro, classificou a denúncia como uma manobra política. Em suas redes sociais, ele citou uma fala do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, durante um evento de entidades ligadas ao PT: “nós derrotamos o bolsonarismo”. Além disso, o parlamentar, coronel da reserva da Polícia Militar, compartilhou a nota oficial da oposição ao governo Lula no Congresso e destacou uma manchete de jornal que analisou o inquérito da Polícia Federal, apontando o uso recorrente de expressões como “possível crime”, “suposto” e “hipotético”, o que, segundo ele, demonstra a ausência de comprovação efetiva das acusações.
Outro parlamentar bolsonarista de MS, Marcos Pollon (PL), também criticou duramente a denúncia. Para ele, a peça da PGR não passa de uma “historinha” sobre um “suposto golpe”. Pollon sugeriu que a acusação tem motivações políticas e fez referência a uma pesquisa eleitoral que apontava a vantagem de Bolsonaro sobre Lula no mesmo dia da divulgação da denúncia: “Coincidência?”, questionou.
Já o deputado Rodolfo Nogueira (PL), outro aliado de peso do ex-presidente, postou uma foto ao lado de Bolsonaro e sugeriu que a denúncia tem viés político. Na publicação, utilizou como trilha sonora uma música que fala sobre “perseguição à igreja”, reforçando a narrativa de injustiça contra o ex-mandatário e seus aliados.
Por sua vez, o deputado Dr. Luiz Ovando (PP) não comentou diretamente sobre a denúncia, mas já vinha fazendo publicações nas redes sociais em que questionava a robustez do inquérito. Ele classificou a investigação como frágil, com lacunas e carregada de “narrativas”.
As declarações dos parlamentares refletem o posicionamento da ala bolsonarista do Congresso, que tem reiteradamente denunciado o que considera uma perseguição política contra Bolsonaro e seus aliados. Enquanto isso, a PGR sustenta que a denúncia é baseada em elementos concretos levantados pela investigação da Polícia Federal.