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quarta-feira, 22 de janeiro, 2025
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Dois anos após os ataques de 8/1, Praça dos Três Poderes é palco de atos em defesa da democracia

Nesta quarta-feira (8), a Praça dos Três Poderes, em Brasília, será o cenário de uma série de eventos para marcar os dois anos dos ataques extremistas que destruíram as sedes do STF (Supremo Tribunal Federal), do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. As ações incluem cerimônias simbólicas, rodas de conversa e a reintegração de obras de arte restauradas, enfatizando a memória e a recuperação democrática.

Até agora, o STF já condenou 371 pessoas pelos atos antidemocráticos, com penas que variam de 15 a 17 anos para os executores diretos. Outros 527 acusados firmaram acordos de não persecução penal, encerrando seus processos mediante a arrecadação de quase R$ 1,8 milhão em multas.

Atos do dia

A agenda de atos públicos será liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Às 9h30, o Palácio do Planalto abrigará a cerimônia de reintegração de 21 obras de arte restauradas, incluindo um raro relógio do século 17, trazido ao Brasil por D. João VI em 1808. Às 10h30, haverá o descerramento da obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, avaliada em R$ 8 milhões e danificada durante os ataques.

À tarde, o presidente descerá a rampa do Planalto para participar do “Abraço da Democracia”, ato simbólico que reunirá representantes dos três poderes e movimentos sociais. No STF, haverá uma roda de conversa com servidores e colaboradores que trabalharam na reconstrução das instalações, além da entrega de obras de arte feitas com destroços da invasão.

O ministro Edson Fachin, vice-presidente do STF em exercício, abrirá o encontro às 14h e, às 15h30, receberá obras produzidas por artistas de Brasília. O Supremo também lançará um hotsite dedicado à memória dos ataques, com detalhes sobre a destruição, reconstrução e responsabilização dos envolvidos.

Gastos e danos

Os atos de vandalismo deixaram um prejuízo total estimado em mais de R$ 26 milhões. O STF foi a instituição mais afetada, com perdas superiores a R$ 12 milhões. Entre os danos estão 951 itens, incluindo 106 peças históricas irrecuperáveis, como esculturas, móveis e imagens do fotógrafo Sebastião Salgado.

No Palácio do Planalto, os prejuízos iniciais foram calculados em R$ 7,9 milhões, mas podem ser maiores. No Senado, duas obras de arte ainda aguardam restauração, com custos estimados em quase R$ 1 milhão.

Ausências notáveis

Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, não participarão dos atos. Pacheco está em viagem oficial ao exterior, enquanto Lira permanece em Alagoas devido ao recesso parlamentar. O vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo, representará a Casa nos eventos.

Os atos desta quarta-feira destacam a importância de preservar a memória democrática e reforçam o compromisso do país com a reconstrução, após um dos episódios mais sombrios da história republicana.

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