O governador Eduardo Riedel (PSDB) participou nesta segunda-feira (04), de forma on-line, do AgroForum 2024, evento focado no setor agrícola e organizado pelo BTG Pactual. Ele discursou no painel: ‘O Papel dos Estados no Futuro do Agronegócio’, onde apresentou ao público um panorama da revolução no agronegócio sul-mato-grossense ao longo dos últimos 15 anos.
Na sua explanação, o governador destacou que a produção agrícola local saltou de 1,8 milhões de hectares de área plantada para os atuais 4,6 milhões de hectares. “O Mato Grosso do Sul está inserido numa agenda global, comprometido com a segurança alimentar e contribuindo com a transição energética do País”, afirmou.
Além disso, o chefe do Executivo Estadual citou a preservação dos biomas naturais, como o Cerrado. “Diversificamos a nossa matriz de produção sem avançar em áreas de Cerrado aberto, recuperando áreas de pastagens, sem perder a pecuária de corte, e ampliando na criação de suínos e aves”, destacou.
Outro tema pontuado na palestra foi a agroindustrialização, com a chegada de grandes cooperativas, empresas do setor de bionergia e avanço na erradicação da pobreza extrema, 6,6% de crescimento (o dobro da média nacional) e um dos menores índices de desemprego do País.
“São inovações muito fortes, com a produção do biometano, uma nova fronteira agrícola com a citrocultura, somada a cultura de grãos, florestas plantadas, com os maiores parques industriais deste setor no mundo. Tudo isso, cria uma condição de competitividade e arcabouço tributário favorável aos negócios e a expectativa de um balanço de carbono neutro até 2030”.
Quando perguntado sobre o momento mundial de emergência climática e mitigação de riscos, Riedel afirmou que o modelo de desenvolvimento econômico adotado em Mato Grosso do Sul está amparado na sustentabilidade e que o próprio plantio direto absorve milhões de toneladas de carbono e que a tecnologia adotada respeita o meio ambiente e permite hoje a colheita de até três safras por ano de algumas culturas.
“Temos uma avenida colocada à nossa frente e não podemos perder este bonde com cada vez mais fontes renovavéis, e um bioma único como o Pantanal, com 84% da sua área preservada”, disse. Ele acrescentou que nesta última estiagem houve um incremento e uma preparação para enfrentar as queimadas com novos equipamentos, aumento de efetivos e inteligência em monitoramento.
Ele encerrou falando sobre investimentos em parcerias público privadas e com os leilões de trechos rodoviários que ocorrerão no início de dezembro, na Bolsa de Valores, em São Paulo, e também da expectativa de nova concessão da malha ferroviária oeste e adequações de hidrovias, especialmente, no Rio Paraguai.
Por fim, Eduardo Riedel lembrou da entrada em operação em 2026 da Rota Bioceânica, oferecendo um novo escoamento de produtos de valor agregado, ligando o Mato Grosso do Sul aos portos do Chile, e assim alcançando o mercado asiático, com uma economia de até 14 dias no transporte marítimo.