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terça-feira, 14 de janeiro, 2025
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Em 2024, Campo Grande registrou 91 casos novos de hanseníase, a doença mais antiga da humanidade

Considerada uma das doenças mais antigas da humanidade, a hanseníase (lepra) continua em circulação e são constantemente registrados casos novos em todo o mundo. Ao longo de 2024, em Campo Grande, a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) registrou 91 novos pacientes com a infecção contagiosa.

O saldo apresentou redução na comparação com o ano anterior, quando foram registrados exatos 100 novos casos da doença, que afeta a pele e os nervos, podendo causar sequelas se não for tratada precocemente.

O mês de janeiro é dedicado à conscientização da hanseníase, que é curável a partir de um diagnóstico precoce e do tratamento adequado para evitar complicações. A doença é causada pela bactéria Mycobacterium leprae e provoca manchas na pele, com perda de sensibilidade, caroços e fraqueza muscular.

“Identificar os sintomas e procurar ajuda quanto antes são atos de cuidado consigo mesmo e com os outros. O tratamento é gratuito e interrompe a transmissão rapidamente”, destacou a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo.

A transmissão da infecção ocorre apenas por contato prolongado com portadores que não fazem o acompanhamento. O balanço divulgado pela Sesau aponta que, em 2024, foram 69 contatos avaliados. “Exames em contatos são fundamentais para evitar novos casos. Precisamos ampliar essa conscientização”, explicou.

Ainda segundo a superintendente, a informação é a maior arma contra o preconceito e a desinformação. “Não há motivo para medo. Com tratamento adequado, a hanseníase é controlada e curada. Estamos aqui para ajudar”, finalizou.

Hospital São Julião

Em 2024, Campo Grande registrou 91 casos novos de hanseníase, a doença mais antiga da humanidade
Hospital São Julião (Foto: PMCG)

Em Campo Grande, o centro de referência no tratamento da hanseníase é o Hospital São Julião, que atende aos casos mais graves, em que o paciente apresenta diversas lesões (multibacilares) ou há acometimento de nervos periféricos.

O hospital oferece acompanhamento para casos mais complexos e reincidências mediante regulação. O tratamento pode ser realizado em qualquer unidade de saúde da Capital.

Caso o paciente apresente manchas na pele, sem explicações, e falta de sensibilidade na região afetada, é recomendado procurar a unidade de referência da região onde reside, onde serão realizados testes de sensibilidade para ajudar no diagnóstico.

A confirmação da doença é feita de maneira clínica, e o tratamento com medicamentos, que pode durar de seis a 12 meses, é iniciado assim que a suspeita é confirmada. Em casos de reincidência, resistência ao tratamento ou complicações associadas, o paciente é encaminhado para o Hospital São Julião.

Conforme o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a segunda posição no mundo em número de casos diagnosticados, ficando atrás apenas da Índia.

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