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domingo, 8 de setembro, 2024
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Em homenagem a São Francisco, igreja na Capital abençoa animais domésticos

Considerado o padroeiro da natureza e protetor dos animais, São Francisco de Assis é celebrado nesta terça-fera (04). O santo, conhecido por ter renunciado a riqueza de sua família para viver na pobreza e da caridade, é um dos mais populares da Igreja Católica e, em Campo Grande, além de dar nome a um bairro é também homenageado com uma igreja, além de obras sociais como o Lar São Francisco.

Para marcar a data de hoje, a Paróquia São Francisco de Assis está realizando missas com bençãos aos animais domésticos. O evento já é tradicional e muito aguardado pela população religiosa. A primeira celebração aconteceu pela manhã, às 10 horas, e a proxima será às 16 horas. A programação também prevê uma missa solene em homenagem ao próprio santo, às 19 horas. A igreja está localizada na Rua 14 de Julho, 4213, no bairro São Francisco.

Conheça a história de São Francisco de Assis

São Francisco de Assis , fundador dos Franciscanos
São Francisco de Assis (Foto: Reprodução/Canção Nova)
 

Filho de Pietro Bernardone e Pica Bernardone, Francisco nasceu em 1181/82 na cidade de Assis (Itália) com o nome de João (Giovanni, na língua local). Seu pai era um rico e próspero comerciante e, ao voltar de uma viagem à França, resolveu trocar o nome do filho para Francisco, prestando uma homenagem àquela terra.

Como todo jovem ambicioso de sua época, Francisco desejava conquistar, além da fortuna, a fama e o título de nobreza. No ano de 1201, incentivado por seu pai, partiu para uma guerra que os senhores feudais haviam declarado contra a Comuna de Assis. O jovem queria conquistar o titulo de herói da cidade.

Entre 1202 e 1205, decide ser cavaleiro e vai em nome da honra defender a Igreja e seus interesses, convocados pelo Papa Inocêncio III. Na cidade de Espoleto, contraíu um doença e não conseguiu partir para mais uma batalha. Nessa oportunidade, pensou ter ouvido a voz de Deus, com quem dialogou: “Francisco, o que é mais importante, servir ao Senhor ou servir ao servo? Servir ao Senhor, é claro. Respondeu o jovem. Então, por que te alistas nas fileiras do servo? Senhor, o que quereis que eu faça? Volta a Assis e ali te será dito, diz a Voz”.

Em busca de respostas, foi para Roma no ano de 1205, onde visitou a tumba de São Pedro e exclamou: “É uma vergonha que os homens sejam tão miseráveis com o Príncipe dos Apóstolos!”. Ali, jogou um grande punhado de moedas de ouro, contrastando com as escassas esmolas de outros fiéis menos generosos.

A partir disso, Franisco muda a sua vida. Ele troca seus ricos trajes com os de um mendigo e faz a sua primeira experiência de viver na pobreza. Ao voltar para Assis, entregou ainda mais à oração e ao silêncio.

Em 1206, passeando a cavalo pelas campinas de Assis, viu um leproso, repugnante à vista e ao olfato, lhe causando nojo. Mas, então, movido por Deus, colocou seu dinheiro naquelas mãos sangrentas e deu-lhe um beijo. Pouco depois, entrou para rezar e meditar na pequena capela de São Damião, semidestruída pelo abandono. Estava ajoelhado em oração aos pés de um crucifixo quando uma voz, saída do crucifixo, lhe falou: “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas”.

Seu Pai se indignava cada vez mais e resolveu exigir que seu filho lhe devolvesse tudo quanto recebera dele, levou perante o bispo para que o julgasse. Francisco, ciente da sentença de Cristo, sem vacilar um momento se despojou de tudo até ficar nu, jogou os trajes e o dinheiro aos pés de seu pai e exclamou: “Até agora chamei de pai a Pedro Bernardone. Doravante não terei outro pai, senão o Pai Celeste”. O Bispo, então, o acolheu. Daquele momento em diante, cantando “Sou o arauto do Grande Rei, Jesus Cristo”, afastou-se de sua família e de seus amigos e entregou-se ao serviço dos leprosos, e à reconstrução das Capelas da cidade.

Quando estava quase encerrando a reconstrução da capelinha de Santa Maria dos Anjos, perguntava-se o que faria, o que Deus queria dele. Então, certo dia, Francisco escutou, durante a missa, a leitura do Evangelho: “sem túnicas, sem bastão, sem sandálias, sem provisões, sem dinheiro no bolso …” (Lc 9,3). Tais palavras encontraram eco em seu coração e foram para ele como intensa luz. E exclamou, cheio de alegria: “É isso precisamente o que eu quero! É isso que desejo de todo o coração!” E sem demora começou a viver, como o faria em toda a sua vida, a pura letra do Evangelho. Repetia sempre para si e, mais tarde, também para seus companheiros: “Nossa regra de vida é viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”!

A partir de então, Francisco saiu a pregar percorrendo as vizinhanças e levando o Evangelho. Não tinha intenção nenhuma de adquirir seguidores, somente viver sua vida austera e evangelizar. Porém, logo Bernardo de Quintaval se juntou a ele e pelo caminho juntou-se aos dois Pedro de Catânia. 

Por três vezes abriram o livro do Evangelho, e as três respostas que encontraram foram as seguintes: “Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres. Depois vem e segue-me” (Mt 19,21). “Não leveis nada pelo caminho, nem bastão, nem alforge, nem uma segunda túnica…” (Lc 9,3). “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me” (Mt 16,24). “Isto é o que devemos fazer, e é o que farão todos quantos quiserem vir conosco” – exclamou Francisco, que subitamente viu brilhar uma luz sobre o caminho que ele e seus companheiros deveriam seguir. 

Finalmente encontrou o que por tanto tempo havia procurado! Isto aconteceu a 24 de fevereiro de 1208, dando início à fundação da Fraternidade dos Irmãos Menores.

Em 1209, Francisco e seus companheiros foram até o Papa Inocêncio III para pedir a aprovação de seu carisma. Ele ficou maravilhado com o propósito de vida daquele grupo e, especialmente, com a figura de São Francisco de Assis, a clareza de sua opção e a firmeza que demonstrava. Reconheceu nele o homem que há pouco vira em sonho, segurando as colunas da Igreja de Latrão, que ameaçava ruir. 

O Papa reconheceu que era o próprio Deus quem inspirava São Francisco de Assis a viver radicalmente o Evangelho, trazendo vida nova a toda a Igreja. Por isso, deu a seu modo de viver o Evangelho a aprovação oficial. Autorizou Francisco e seus seguidores a pregarem o Evangelho nas igrejas e fora delas.

Todos os anos, de 15 de agosto a 29 de setembro, São Francisco de Assis tinha o costume de preparar-se com uma quaresma de oração e jejum para a festa de São Miguel Arcanjo. No ano de 1224, ele teve a visão do Serafim alado e recebe os estigmas. Seu estado de saúde piora muito a partir daí. Era final de agosto, em 1226, pede para ser levado à Porciúncula. No dia 3 de outubro, à tarde, São Francisco de Assis, morreu cantando “mortem suscepit”. No domingo seguinte é sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis. 

No dia 16 de julho de 1228, São Francisco de Assis foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Tornou-se o padroeiro dos animais, pela sua admiração e relação estreita com a natureza. Também foi elevado a padroeiro principal da Itália, em 1939 por Pio XII.

Oração de São Francisco de Assis: 

Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa Paz. Onde houver Ódio, que eu leve o Amor. Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão. Onde houver Discórdia, que eu leve a União. Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé. Onde houver Erro, que eu leve a Verdade. Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança. Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria. Onde houver Trevas, que eu leve a Luz! Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando, que se recebe. Perdoando, que se é perdoado e é morrendo, que se vive para a vida eterna! Amém.

“ Ó grande reformador da Igreja, pai de uma multidão de santos e religiosos, concedei a nós imitar suas virtudes de caridade, pobreza e castidade assim como nos espelhar na tua espiritualidade que formou tantas almas. Que o Amor encarnado seja amado! Amém.”

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