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terça-feira, 3 de dezembro, 2024
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Empresárias de Mato Grosso do Sul desbravam oportunidades em Iquique, região Norte do Chile

Uma delegação de empresárias de Mato Grosso do Sul fez história ao participar da primeira missão internacional exclusiva para mulheres, promovida pelo Sebrae/MS. De 19 a 25 de outubro, o destino foi Iquique, na região de Tarapacá, Chile, que, com sua localização estratégica e a presença da Zona Franca, se destaca como um ponto-chave para o comércio brasileiro. A missão resultou em mais de R$880 mil em prospecção de negócios.

Composta por 20 pessoas, sendo 11 empreendedoras representando 10 empresas, a missão teve como objetivo aproximar os mercados e facilitar a internacionalização das participantes da Jornada Global do programa Sebrae Delas. Durante a semana, elas participaram de uma agenda repleta de atividades, incluindo rodadas de negócios com 30 empreendedores chilenos, visitas à Zona Franca e ao Porto de Iquique, reunião com a Corporação de Desenvolvimento de Tarapacá e entidades ligadas ao comércio local, entre outros.

Empresárias de Mato Grosso do Sul desbravam oportunidades em Iquique, região Norte do Chile
Programação intensa contou com o apoio da a Corporação de Desenvolvimento de Tarapacá. Imagem: Natália Moraes – Sebrae/MS

Essa medida está alinhada à estratégia do Sebrae/MS de incentivar os pequenos negócios a aproveitarem as oportunidades com a construção da Rota Bioceânica, que promoverá a conexão entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, ligando os oceanos Atlântico ao Pacífico. Neste contexto, Mato Grosso do Sul é um território-chave para a consolidação da rota, onde as micro e pequenas empresas representam 85% do total de empreendimentos formalizados.

“Entendemos que a Rota Bioceânica é uma grande oportunidade de mercado para os pequenos negócios e não só de comércio exterior, ou seja, exportação. Entendemos que novos produtos chegarão por essa rota e temos a possibilidade de incrementar novos negócios no estado. Junto ao escritório de Tarapacá, construímos uma agenda absolutamente técnica para esta aproximação com o mercado chileno. As empresárias de Mato Grosso do Sul estão desbravando o território e acreditamos que muitos acordos comerciais serão firmados”, afirma a diretora-técnica do Sebrae/MS, Sandra Amarilha.

As empresas envolvidas na ação são de diferentes segmentos e regiões de Mato Grosso do Sul, enfatizando a diversidade do empreendedorismo feminino. Em comum, elas já estão estabelecidas no comércio interno e buscam agora oportunidades de internacionalização. São elas: A moda da BruAndresa Lima ConsultoriaBizi Água de CocoCafé AgricultorFazenda Pontal das ÁguasMADAM JoiasPureza Alimentos CongeladosSapicuá PantaneiroYbá CosméticosZanir Furtado Bolsas e Acessórios.

Empresárias de Mato Grosso do Sul desbravam oportunidades em Iquique, região Norte do Chile
Diretora-técnica do Sebrae/MS, Sandra Amarilha, acredita que acordos comerciais serão firmados entre empresárias brasileiras e chilenas (Foto: Divulgação)

Desde o começo do ano, elas participaram de capacitações e consultorias que totalizaram pelo menos 40 horas. Essas ações foram fundamentais para o desenvolvimento pessoal e dos negócios, preparando-as para as negociações e para trazerem oportunidades para Mato Grosso do Sul. “São empresárias que já estão em um nível mais elevado de comercialização, que estão estabelecidas no mercado interno. Desde o que foi planejado no início, o plano de ação foi direcionado para que elas se preparassem para a comercialização internacional”, explica a consultora do Sebrae/MS, Andréa Afif, especialista em comércio exterior.

Por que o Chile?

O mercado chileno se destaca como um destino promissor para negócios e parcerias comerciais, especialmente com países da América do Sul, como o Brasil. Um dos principais atrativos é a Zona Franca de Iquique, que impulsiona o desenvolvimento econômico da região, conectando mercados globais. Essa zona oferece benefícios aduaneiros, como a isenção de impostos e taxas sobre mercadorias, gerando cerca de 45 mil empregos diretos e indiretos. Dentro da Zona Franca, o Shopping Zofri se destaca como o principal centro comercial do norte do Chile.

Empresárias de Mato Grosso do Sul desbravam oportunidades em Iquique, região Norte do Chile
Um dos principais atrativos no Chile é a Zona Franca de Iquique (ZOFRI), que impulsiona o desenvolvimento econômico da região, conectando mercados globais. (Foto: Divulgação)

Outro diferencial é a infraestrutura logística do país, especialmente por meio do Porto de Iquique, que facilita a exportação e importação de produtos, servindo como porta de entrada para mercados asiáticos e do Pacífico. “Acreditamos que o porto de Iquique é a rota pela qual muitas mercadorias podem sair da região de Mato Grosso do Sul. E não só com as exportações, mas também com as importações. Aqui há a possibilidade para o produtor do Brasil de trazer produtos como fertilizantes e o sal, que são necessários para a atividade agrícola florestal”, declara Rubén Rosas Matamala, vice-gerente de assuntos corporativos da Empresa Portoria Iquique (EPI).

Um estudo apresentado pela EPI revelou que Mato Grosso do Sul apresenta uma taxa de crescimento das exportações para o Chile de 139%, ocupando a sexta posição no ranking de estados brasileiros nesse tipo de transação.

A classe empresarial de Iquique também tem demonstrado boas práticas que podem servir de aprendizado para o Brasil. Organizados em diferentes entidades, os empresários buscam fortalecer e promover seus negócios. Um exemplo é a AGATA, uma associação gastronômica em Tarapacá que une tradição culinária e inovação, oferecendo experiências únicas que celebram a diversidade de sabores.

Empresárias de Mato Grosso do Sul desbravam oportunidades em Iquique, região Norte do Chile
Porto de Iquique facilita a exportação e importação de produtos, servindo como porta de entrada para mercados asiáticos e do Pacífico (Foto: Divulgação)

Com 28 associados, a AGATA reúne alguns dos melhores restaurantes de Iquique. Susana Cornejo, presidenta da associação e empresária no ramo da gastronomia, destaca a importância da organização para a economia local. “A organização é importante porque consegue reunir e convocar os melhores restaurantes e certificá-los no seu trabalho cotidiano, para se ligar ao resto da cidade. Acho espetacular que Mato Grosso do Sul queira se vincular a essa parte do país porque historicamente somos uma cidade que trabalha com isso”, pontua.

A AMET, associação de empresárias de Tarapacá, também se destaca, reunindo mulheres de diversas áreas, como gastronomia, logística e turismo. Desde 2018, a presidenta Yesenia Almirante ressalta a necessidade de empoderar as mulheres. “Vimos a oportunidade de nos organizarmos, já que temos um histórico de boas pagadoras. Esta aproximação é crucial, especialmente com o novo corredor bioceânico, que oferece grandes oportunidades de negócios entre Brasil e Chile. Estou interessada em parcerias com mulheres brasileiras, especialmente nos setores de cosméticos, joias e produtos turísticos”, disse.

A força do empreendedorismo feminino

Na avaliação de quem participou da missão, a iniciativa promoveu um fortalecimento do empreendedorismo feminino. “Todas as empresárias fizeram negócios. A missão superou as expectativas das participantes em relação à receptividade, programação de alto impacto, organização e resultados significativos na rodada de negócios”, comenta a gestora do programa Sebrae Delas, Vânia Bispo Torraca.

Empresárias de Mato Grosso do Sul desbravam oportunidades em Iquique, região Norte do Chile
Organizados em diferentes entidades, os empresários buscam fortalecer e promover seus negócios. Um exemplo é a AGATA, uma associação gastronômica em Tarapacá que une tradição culinária e inovação. (Foto: Divulgação)

“É de suma importância poder fortalecer os vínculos comerciais que temos entre Brasil e a nossa região de Tarapacá, e especialmente quando isso ocorre com mulheres. O empoderamento da mulher no âmbito empresarial é algo que nos deixa muito satisfeitos e estamos entregando as ferramentas necessárias a elas através do Sercotec (Serviço de Cooperação Técnica), com 450 usuários sendo a maioria de mulheres, e acompanhamos o seu processo de formalização, como também o cumprimento de seus objetivos”, defende Álvaro Jorquera Tapia, gerente geral da Corporação de Desenvolvimento da Região de Tarapacá.

“Vamos continuar promovendo possibilidades de pequenos e médios negócios com o Brasil, porque nosso destino é estar junto com toda a América do Sul neste grande projeto que é a Rota Bioceânica. Agora é apenas o começo. Hoje cabe a nós visualizar junto aos nossos microempreendedores do Chile e do Brasil que esse grande motor de desenvolvimento existe”, finaliza o Assessor Internacional da Corporação de Desenvolvimento Regional de Tarapacá, Jaime Valenzuela.

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