25/07/2015 07h30
Envolvido em morte de advogado é absolvido e comparsa condenado a 7 anos de prisão
O juiz da 2ª Vara Criminal, Marcus Vinícius de Oliveira Elias, julgou dois, dos quatro acusados de envolvimento no assalto que terminou na morte do advogado Márcio Alexandre dos Santos, 36, no dia 25 de outubro do ano passado em Dourados. Isaque Daniel Gonçalves Baptista, 23, o “Carioca”, foi condenado a sete anos e quatro meses de prisão.
Ele estava armado com um revólver calibre 22 e foi ferido na barriga por dois tiros disparados pelo policial federal Marcello Portela da Silva, amigo do advogado.
Já Emerson Antunes Machado, 22, o “Alemão”, que estava junto com os outros três acusados e que também havia sido denunciado pelo Ministério Público por latrocínio (roubo seguido de morte), foi absolvido.
Segundo o Campo Grande News, na sentença, o juiz Marcus Vinícius acolheu o pedido da defesa e desclassificou a denúncia de latrocínio por roubo majorado. Pesou a favor de Emerson Machado a versão contada por Isaque Baptista, de que ele não tinha conhecimento do assalto.
Ao embasar a desqualificação do crime de “latrocínio” para “roubo majorado”, o juiz da 2ª Vara Criminal de Dourados afirma que os tiros que mataram Márcio Alexandre não partiram da arma de Isaque, mas foram disparados pelo policial federal Marcello Portela.
Ainda na fase de inquérito, Isaque já havia dito que não teve tempo de atirar, pois foi atingido pelo policial e caiu no chão. Minutos depois do roubo, ele se levantou e correu até um hospital particular nas proximidades e levado para o Hospital da Vida, onde foi preso na manhã seguinte.
Conforme o jornal da Capital, no mesmo despacho sobre a sentença, o juiz Marcus Vinícius determinou extração integral de cópias dos autos e envio ao Ministério Público para que o policial federal Marcello Portela fosse denunciado por homicídio e levado a júri popular.
Segundo o juiz, o policial agiu “de forma extremamente excessiva” ao sacar a arma e atingir o advogado, seu próprio amigo, com oito tiros nas costas e na cabeça, “inclusive depois de caído ao chão”.
Portela alega ter confundido o amigo com um dos assaltantes. Segundo ele, os dois estavam bêbados e pararam a caminhonete para urinar.