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quinta-feira, 10 de outubro, 2024
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Esquema de compra de votos em Naviraí usava até a conta do time de futebol local

Um esquema de compra de votos está sendo investigado pela Polícia Federal na cidade de Naviraí. Nesta quarta-feira (09), uma operação cumpriu três mandados de busca e apreensão em seis endereços diferentes ligados aos envolvidos no crime de captação ilícita de sufrágio. Entre os locais está a sede do Clube Esportivo Naviraiense, que atualmente disputa o Campeonato Sul-mato-grossense Série B.

Conforme a PF, as investigações foram iniciadas no sábado (5), véspera das eleições municipais, após denúncia anônima. Diante da suspeita, foi solicitada à Justiça Eleitoral a expedição de um mandado de busca, cumprido imediatamente em um posto de combustíveis na zona central de Naviraí.

O local estaria sendo utilizado para o fornecimento gratuito de combustível a eleitores, supostamente pelo pai de um candidato a vereador e pelo próprio candidato, utilizando uma conta de abastecimento do clube de futebol local. Documentos e dados de sistemas de informática obtidos no posto corroboraram a denúncia, constatando-se múltiplos abastecimentos vinculados à conta do clube.

Com base nessas informações, foi solicitada à Justiça a expedição de novos mandados de busca e apreensão em seis endereços, incluindo as residências do candidato e de seu pai, o restaurante de propriedade do pai, a sede do clube de futebol e a residência do presidente do clube. A operação contou com a participação de 24 policiais federais.

Durante as buscas, verificou-se que alguns investigados haviam apagado dados de seus celulares, possivelmente para ocultar provas. Também foram encontrados documentos relacionados ao inquérito policial, rasgados e escondidos no sistema de escoamento de águas pluviais da residência de um dos investigados.

A investigação constatou que o Naviraiense gastou, em agosto deste ano, R$ 2.900 em combustíveis no posto localizado no centro de Naviraí. No mês seguinte, o valor na conta do time saltou para R$ 25 mil e se manteve “fora do padrão” nos primeiros dias de outubro.

Segundo a PF, por conta da movimentação de veículos além do comum, teria faltado combustível em pelo menos duas ocasiões, tamanha a quantidade de abastecimentos que estavam sendo realizados. Foi observado um padrão nas notas fiscais apreendidas, sempre a quantidade exata de 10 litros de combustível abastecido em diferentes automóveis.

O vereador beneficiado com o esquema, do PSDB, conseguiu ser eleito, recebendo 797 votos. Ele é filho de um ex-presidente da Câmara Municipal local, que inclusive foi alvo de outra operação no passado por corrupção. A atual prefeita também é investigada por suspeita de também ter sido beneficiada, no entanto, ela não foi reeleita.

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