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domingo, 23 de março, 2025
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Estado brasileiro pede desculpas por negligência com ossadas de Perus

O Estado brasileiro irá pedir desculpas formais à sociedade e aos familiares dos desaparecidos políticos da ditadura iniciada em 1964 pela negligência, no período de 1990 a 2014, na identificação das ossadas encontradas na vala clandestina de Perus, localizada no Cemitério Dom Bosco, na capital paulista.Estado brasileiro pede desculpas por negligência com ossadas de PerusEstado brasileiro pede desculpas por negligência com ossadas de Perus

Na vala de Perus foram enterrados, junto com desconhecidos, opositores à ditadura. Os restos mortais foram descobertos em 1990, quando foram encontradas 1.049 ossadas. Um monumento em homenagem às vítimas da repressão foi erguido no cemitério.

“Conhecer a verdade é o que nos permite avançar como sociedade rumo a um país verdadeiramente democrático”, destaca o advogado-geral da União, Jorge Messias. “Eu espero que o pedido de desculpas possa, de algum modo, trazer um pouco de paz para os familiares dessas vítimas da violência de Estado”, acrescenta.

Segundo o Instituto Vladimir Herzog, em um site dedicado a contar a história da Vala de Perus, opositores da ditadura, assassinados pelo regime, foram enterrados como indigentes no local, apesar de terem ficha de identificação.

De acordo com o instituto, somente cinco ossadas já foram identificadas: Dênis Casemiro, identificado em 1991; Frederico Eduardo Mayr, identificado em 1992; Flávio Carvalho Molina, identificado em 2005; Dimas Antônio Casemiro, identificado em 2018; e Aluísio Palhano Pedreira Ferreira, também identificado em 2018.

A cerimônia de desculpas será aberta ao público e ocorrerá no cemitério Dom Bosco, na próxima segunda-feira (24), data em que se comemora o Dia da Memória, Pela Verdade e pela Justiça. O pedido será feito pela ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, Macaé Evaristo.

O ato é resultado de um acordo judicial entre a União, representada pela Advocacia-Geral da União (AGU), e o Ministério Público Federal (MPF), homologado em 3 de dezembro de 2024. 

Fonte: Agência Brasil

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