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domingo, 9 de março, 2025
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Evento homenageia às mulheres indígenas no Dia Internacional da Mulher na Capital

Neste sábado (8), a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Executiva da Mulher (Semu), realizou uma manhã de ações voltadas às mulheres das comunidades indígenas da Capital, celebrando o Dia Internacional da Mulher. O evento, realizado em parceria com o Coletivo de Mulheres Indígenas Kaguateca, contou com a presença de cerca de 60 participantes e teve como objetivo exaltar a trajetória, a cultura e o protagonismo feminino nos povos originários.

A data, que simboliza a luta das mulheres em diversas esferas da sociedade, foi ainda mais significativa ao destacar a presença e importância das mulheres indígenas, reforçando o compromisso da administração municipal com a inclusão e o respeito à diversidade cultural. A prefeita Adriane Lopes, acompanhada da vice-prefeita Camilla Nascimento, enfatizou a relevância do evento e o papel crucial das mulheres indígenas na preservação de suas culturas e tradições.

“Um dia muito importante, um dia de resistência e de posicionamento de mulheres em todas as esferas. Temos 23 aldeias urbanas em Campo Grande. E não é porque estão no contexto da cidade que deixaram sua etnia ou suas tradições. O nosso papel é ajudá-las a manter a cultura de vocês com respeito e oportunidades. Nossa missão vai além daquilo que está posto. Estamos aqui no enfrentamento, celebrando a luta e não vamos mais tolerar nenhum tipo de violência ou ataques pelo simples fato de sermos mulheres”, declarou a prefeita.

As mulheres indígenas, especialmente nas aldeias urbanas, desempenham um papel central na manutenção das línguas, dialetos, culturas e vida dos povos originários. Elas também são as principais defensoras dos territórios e da cultura tradicional. Em seu discurso, a secretária-executiva da Mulher, Angélica Fontanari, destacou que a Semu está aberta para essas mulheres e suas demandas. “Abrimos a Secretaria Executiva da Mulher para dizer que esse espaço também é delas e que, nesta gestão, elas não serão mais invisíveis. Queremos que elas façam parte das nossas políticas públicas, com capacitações, serviços na saúde, empregabilidade e artesanato, todos à disposição delas”, afirmou Angélica.

O evento proporcionou um espaço de diálogo entre representantes do Coletivo Kaguateca e outras mulheres indígenas de diversas comunidades. Elas compartilharam ideias e sugeriram políticas públicas que atendam às necessidades das comunidades originárias. Miriam Terena, membro do Coletivo Kaguateca, ressaltou a importância de ser ouvida e incluída nas políticas públicas da cidade. “Foi uma honra participar de um evento voltado especialmente às mulheres indígenas. Estamos aqui para sermos ouvidas e para garantir que nossas vidas e culturas sejam respeitadas. Este momento foi essencial para apresentar nossas rotinas e, assim, ajudar o poder executivo a elaborar políticas públicas que atendam aos nossos costumes e tradições”, afirmou Miriam.

A educação indígena também foi tema de destaque, com a professora Cláudia Kali Dias, servidora da Secretaria Municipal de Educação (Semed), apontando a necessidade de políticas públicas que protejam os direitos dos povos indígenas e garantam a continuidade dos saberes tradicionais. “Temos quase 17 mil indígenas em Campo Grande e ainda não temos uma escola indígena com metodologia diferenciada. A formação para secretários escolares, que já foi aprovada, vai ajudar a reconhecer a etnia dessas crianças e garantir o atendimento adequado”, explicou Cláudia.

A luta contra a violência de gênero e o fortalecimento do protagonismo feminino, especialmente das mulheres indígenas em contextos urbanos, também foram destacados por Val Eloy, da Articulação Nacional das Mulheres Guerreiras da Ancestralidade. “Estamos aqui para fortalecer as mulheres do Estado, especialmente no enfrentamento à violência de gênero e para colocar o protagonismo das mulheres indígenas no topo. Parabenizo esta iniciativa, que é um dia muito especial de resistência e luta”, finalizou Val.

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