Mais de 500 famílias com crianças de até seis anos já receberam a visita dos entrevistadores do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2024) em Mato Grosso do Sul. A pesquisa, realizada pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo avaliar a situação alimentar e nutricional das crianças e suas mães, gerando evidências científicas para embasar políticas públicas de saúde. No total, 15 mil domicílios serão visitados em todo o país, sendo 600 apenas no Estado.
A pesquisa segue em andamento e ainda visitará mais 100 famílias sul-mato-grossenses com filhos nessa faixa etária. As visitas domiciliares ocorrerão em Campo Grande, nos bairros Guanandi, Cruzeiro, Coronel Antonino, Nasser, Santo Antônio, Pioneiros, Aero Rancho, Parati, Vilas Boas e Carlota. Em Corumbá, os bairros Jardim dos Estados e Nova Corumbá serão contemplados. Nos municípios de Dourados e Ponta Porã, a coleta de dados já foi concluída.
Os entrevistadores do ENANI-2024, devidamente identificados com camiseta e crachá, realizam três etapas durante as visitas: entrevista com as mães ou cuidadores sobre amamentação e consumo alimentar das crianças, medições de peso e altura das mães biológicas e crianças, e o agendamento de uma segunda visita para coleta de sangue em mães e crianças com mais de seis meses. Os exames incluem hemograma completo e análise de deficiências nutricionais, como ferro e vitamina A. Se identificada alguma necessidade, a família será encaminhada a um posto de saúde para acompanhamento. As amostras também serão armazenadas em um biorrepositório para estudos futuros.
O coordenador nacional do ENANI-2024, Gilberto Kac, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que os dados coletados serão fundamentais para o aperfeiçoamento de políticas públicas. “A primeira edição do estudo, realizada em 2019, revelou que 10% das crianças brasileiras apresentavam anemia, o que levou à reformulação do Programa Nacional de Suplementação de Ferro pelo Ministério da Saúde”, destaca.
O ENANI-2019 também apontou que metade das famílias com crianças pequenas vivia em insegurança alimentar e que 80% das crianças menores de cinco anos consumiam alimentos ultraprocessados. Além disso, os dados mostraram que 10% das crianças e metade de suas mães estavam acima do peso. “Agora, vamos atualizar e aprofundar esse quadro”, conclui Kac.