O 9º Festival de Bandas e Fanfarras da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande (Reme) levou música e animação à comunidade do bairro Coophavila na tarde deste sábado (30). A apresentação, realizada na Avenida Marinha, em frente à Associação de Moradores, reuniu 305 alunos de nove escolas municipais.
De acordo com Roberto Vieira, chefe da Divisão de Esporte, Arte e Cultura (DEAC), o evento, que está em sua 9ª edição, passou por uma grande expansão nos últimos anos. “Investimos quase R$ 3 milhões em novos equipamentos para bandas e fanfarras. Isso permitiu um salto de seis para 20 escolas participantes neste ano. No entanto, nem todas ainda conseguiram montar suas bandas, pois o processo de formação é gradual”, explicou.
A decisão de realizar o festival em bairros mais afastados busca aproximar a comunidade dessa expressão artística. “Queremos que mais pessoas conheçam e valorizem a música como uma linguagem cultural importante”, destacou Vieira.
Transformação através da música
Com a chegada de novos instrumentos, as escolas têm ampliado a formação de seus alunos. Na Escola Municipal Dr. Eduardo Olímpio Machado, o maestro Wander Gomes relatou que foi possível criar uma escolinha de música para 25 alunos. “Na banda temos 36 integrantes, e os festivais sempre motivam os estudantes a darem o seu melhor”, afirmou.
Já o maestro Marcelo Segawa, da Escola Municipal Dr. Tertuliano Meirelles, lidera uma banda com 23 alunos e realiza ensaios seis vezes por semana. “A dedicação dos estudantes é admirável”, disse.
Única mulher maestrina da rede, Teresa Graça, da Escola Municipal Prof. Licurgo de Oliveira Bastos, comanda uma banda com 30 alunos. Ela destacou o entusiasmo de seus músicos em participar de festivais e eventos, como o desfile de 26 de agosto e a chegada do Papai Noel, marcada para 13 de dezembro no Coophasul.
O maestro Marcelo Peres, da Escola Municipal Padre Thomaz Girardelli, contou que reassumiu a banda este ano e trouxe de volta ex-alunos que se encantaram com a renovação dos instrumentos. “Hoje temos 56 integrantes, incluindo antigos alunos que se reaproximaram para tocar conosco e servir de exemplo para os mais novos”, explicou.
Relatos emocionantes
Entre os alunos, histórias de dedicação e transformação são frequentes. Anderson Rocha, do 8º ano da Escola Municipal Dr. Eduardo Olímpio Machado, toca trombone há três anos. “Comecei na pandemia com o bumbo, depois passei para o sopro e me apaixonei pelo trombone”, contou.
Henrique Lemes, do 9º ano, entrou na banda da Escola Municipal Padre Thomaz Girardelli há quase um ano para aprender trompete. “A música atravessa barreiras, e eu quero continuar”, disse.
Thamirez Huerta, do 8º ano da Escola Municipal Dr. Tertuliano Meirelles, também destaca a evolução proporcionada pelos novos instrumentos. “Aprendi a tocar bumbo e a qualidade do som é incrível”, afirmou.
Apoio da comunidade
O evento também emocionou familiares e moradores da região. Elisangela Irala, mãe de Daniela, do 8º ano, destacou a importância do festival. “É um momento de aprendizado e lazer, e ver a evolução dos alunos é gratificante”, disse.
A vendedora Celeste Lopes, mãe de Felipe, do 5º ano, relatou como a música impactou positivamente o comportamento do filho. “Ele entrou na banda este ano e está adorando”, contou.
Para Aparecida Santos Ruiz, moradora do bairro há 22 anos, o festival trouxe novidade e alegria. “Eu não sabia que as escolas tinham bandas musicais. As apresentações são maravilhosas”, afirmou.
O evento deixou clara a importância da música como ferramenta de inclusão, aprendizado e transformação social, fortalecendo os laços entre escola e comunidade.