As cores da bandeira de Dourados iluminaram o estátua do Cristo Redentor, uma das sete maravilhas do mundo moderno e o principal cartão-postal do Brasil. O feito aconteceu na segunda-feira (19) e passou despercebido por Mato Grosso do Sul devido a baixa divulgação midiática, mas o evento foi transmitido ao vivo através do canal oficial do monumento nas redes sociais. Além da nossa cidade, também foram homenageadas Pinheiral (RJ), Paracambi (RJ) e Malta (PB).
Entretanto, o fato se deve ao cidadão douradense Marlon César Calheiros, de 31 anos, que foi um dos vencedores do disputado concurso cultural “90 Anos de Luz”, que foi lançado no dia 17 de agosto. No certame, os seguidores do perfil @cristoredentoroficial na rede social Instagram deveriam marcar na postagem o perfil de três amigos e também colocar o nome da cidade que gostaria que fosse homenageada.
Através de um sistema de sorteio, no dia 31 de agosto, Marlon acabou sendo contemplado. “Quando me mandaram mensagem falando que eu tinha sido selecionado eu fiquei surpreso e emocionado ao mesmo tempo porque teve muitos inscritos. Aonde ia imaginar que eu ia ganhar?”, citou ao site local Dourados News.
“Foi muito legal ter dado essa visibilidade e ao mesmo tempo divulgar nossa cidade de Dourados. Nossa cidade é um dos maiores polos do agronegócio do Brasil, e uma visibilidade nacional para nós é motivo de orgulho. Nossa cidade é uma terra pujante e próspera”, complementou ele, que reside no bairro Vila São Pedro.
O concurso foi realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro e Enel do Brasil, sendo transmitida por meio do canal oficial do Cristo Redentor no YouTube, enquanto o locutor falava sobre origem e características dos municípios. Acompanhe no play abaixo o momento em que o Cristo Redentor foi iluminado pelas cores azul e amarela da bandeira de Dourados:
O Cristo Redentor
Em 1859, o padre lazarista francês Pierre-Marie Boss, da Igreja do Colégio Imaculada Conceição, teve o sonho de construir um monumento religioso no alto do Monte Corcovado, no Rio de Janeiro, que tem 710 metros de altura. O padre registrou essa ideia no livro “Imitação de Cristo”, de 1903. A proposta começou a materializar-se nos preparativos para o centenário da Independência do Brasil, celebrado em 1922.
Um ano antes foi aberta uma disputa entre os projetos para o monumento. O vencedor foi Heitor da Silva Costa. Nessa mesma época, mais de 22 mil mulheres fizeram um abaixo-assinado para pedir ao presidente do Brasil da época, Epitácio Pessoa, autorização para a construção do monumento.
A ideia era a de que o Cristo fosse construído apenas com doações dos brasileiros. Com essa finalidade, em 1923, a Arquidiocese do Rio de Janeiro lançou a semana do Monumento, na qual foram arrecadados mil contos de réis. Anos depois, foram feitas novas arrecadações. No total, a construção custou 2.500 contos de reis, o que equivale a R$ 9,5 milhões.
Os criadores do Cristo Redentor são o desenhista Heitor da Silva Costa, o pintor Carlos Oswald e o escultor Maximiliam Paul Landowsky, que esculpiu a cabeça e as mãos do monumento.
O Cristo Redentor encontra-se de braços abertos, formando uma cruz, e tem 38 metros de altura, o que equivale a um edifício de 13 andares. Desse total, 30 metros são do monumento e oito do pedestal. Cada braço tem área de 88 metros quadrados e o pé mede 1,35 metro. Somente a cabeça pesa 30 toneladas.
O monumento foi construído no Brasil, exceto a cabeça e as mãos, que foram moldadas em Paris, na França. O corpo de Cristo foi feito de pedra-sabão, que foi cortada em milhares de triângulos. Eles foram colados à mão sobre um tecido e, depois, aplicados na estátua por pastilheiros.
A única parte projetada para o interior da construção é o coração do Cristo Redentor, que mede 1,30 metro. O interior é composto por 12 platôs, ligados por escadarias, formando andares que se abrem nos braços e na cabeça. O monumento está preparado para resistir a ventos de até 250 km/h.
Coração do Cristo Redentor mede 1,30 metro. O Cristo Redentor foi inaugurado no dia 12 de outubro de 1931 e contou com a presença de peregrinos do mundo todo.