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quarta-feira, 23 de outubro, 2024
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Filho do governador Reinaldo Azambuja é inocentado de suposto roubo de propina

O filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), Rodrigo de Souza e Silva, foi considerado inocente das acusações de ser o mandante de roubo de propina que seria paga ao corretor de gado José Ricardo Guitti Guimaro, o ‘Polaco’.

A decisão foi tomada em definitivo pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande. Ela entendeu que a denúncia era inconsistente, sem provas concretas do envolvimento do réu no caso e acabou por absolvê-lo.

A magistrada encontrou diversas inconsistências no depoimento principal do caso. “[…] No entanto, as diferentes versões apresentadas por Luiz Carlos, tanto na fase inquisitorial quanto em Juízo, evidenciam inúmeras contradições que acabam por fragilizar ainda mais o conjunto probatório, especificamente com relação à participação de Rodrigo no roubo”, cita na sentença.

“[…] partindo da premissa da veracidade da referida extorsão por parte de ‘Polaco’ (fato diverso do retratado na denúncia, não cabendo a este Juízo qualquer julgamento), não guarda lógica pretender o denunciado remeter o dinheiro a ele e, ao mesmo tempo, simular um roubo, para subtrair o dinheiro por ele mesmo fornecido, segundo a tese da denúncia, dinheiro esse que teria como destino a partilha entre os executores do roubo, e não a restituição ao denunciado. E mais, se o dinheiro destinado a pagar ‘Polaco’ não chegasse a ele, tal fato não importaria certamente no término da mencionada extorsão”, concluiu.

O roubo

O roubo aconteceu na tarde do dia 27 de novembro de 2017, na rodovia BR-262, próximo de Campo Grande. Na ocasião, Ademir José Catafesta, de 62 anos, e o filho Lucas Medeiros Catafesta, de 23 anos, teriam saído de Aquidauana para buscar um malote com dinheiro a pedido de ‘Polaco’.

Luiz Carlos Vareiro, de 61 anos, teria sido informado por ‘pessoas ligadas ao governador Reinaldo Azambuja’ de que pai e filho estariam com R$ 270 mil que seriam entregues ao corretor de gado.

Os valores seriam referentes ao pagamento de propina, tendo em vista que ‘Polaco’ ameaçava delatar uma organização criminosa posteriormente denunciada pelo MPF (Ministério Público Federal) com base na investigação da PFl na Operação Vostok.

Luiz Carlos, com a ajuda de comparsas, anunciou o roubo ao pai e filho perto do aeroporto de Campo Grande, no acesso à BR-262, levando todo o dinheiro. Na época, a polícia foi acionada, porém, ninguém foi preso.

A informação apontava que ‘Polaco’ deveria ter sido morto na ocasião mas ele desconfiou dos planos e mandou outra pessoa receber o dinheiro em seu lugar.

O caso foi descoberto cerca de uma semana depois, com trabalho da Polícia Militar, oportunidade em que os envolvidos foram presos.

Ao ser preso, Luiz disse que teria recebido ordens de pessoas ligadas ao governador, especificamente o filho dele, Rodrigo, e que o objetivo era recuperar o dinheiro da propina entregue supostamente pelo filho do Governador e que o valor seria, parte dele, usado para pagamento dos criminosos envolvidos..

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