Comissão de arbitragem da CBF recomendou que arbitragem aplique cartão amarelo ao jogador que subir na bola por conduta antidesportiva
O atacante Neymar utilizou as redes sociais neste fim de semana para criticar uma nova orientação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que determina punição a jogadores que subirem na bola com o intuito de provocar o adversário. A medida foi formalizada pela Comissão de Arbitragem (CA) na última sexta-feira (5), por meio de um ofício enviado às federações estaduais.
A orientação classifica o ato como “atitude antidesportiva”, sujeita a cartão amarelo e tiro livre indireto, conforme o Livro de Regras da International Board (IFAB). Segundo o texto, o gesto demonstra “falta de respeito ao futebol” e pode desencadear confrontos em campo.
Neymar reagiu a uma publicação do ex-jogador e comentarista Denilson, da TV Globo, que também criticou a decisão. “Futebol está ficando cada vez mais chato. Muito nhê nhê nhê”, escreveu o camisa 10 do Santos, ecoando o descontentamento de parte da comunidade do futebol com a rigidez da regra.
O documento, assinado por Rodrigo Cintra, presidente da CA, foi divulgado poucos dias após um lance envolvendo Memphis Depay, do Corinthians, que subiu na bola nos minutos finais do empate contra o Palmeiras, em partida decisiva pelo Campeonato Paulista. A jogada causou confusão generalizada e paralisou o jogo por quase dez minutos. O holandês também ironizou a nova diretriz da CBF nas redes sociais.
A comissão justificou que ações desse tipo “produzem confrontos generalizados” e comprometem a imagem do futebol nacional e internacionalmente. O texto também aponta o risco de lesão ao jogador que realiza o gesto, além de reforçar que o objetivo do lance é exclusivamente provocar o adversário — ao contrário de dribles como chapéus ou canetas, que visam superação técnica.
Apesar de já ser previsto como infração pelas regras, o gesto historicamente não vinha sendo punido com rigor. Em 2023, por exemplo, o atacante Soteldo, então no Santos, subiu na bola durante vitória sobre o Vasco e também gerou revolta entre os adversários. A arbitragem, naquela ocasião, precisou intervir para conter os ânimos.
A nova medida reacende o debate sobre os limites da provocação no futebol e o equilíbrio entre o espetáculo e o respeito em campo.