09/02/2015 09h30
Generalizar a população é mais preconceituoso ainda
Dourados News
O fato citado pelo advogado Maurício Raslan, que trabalha na acusação dos indígenas que mataram dois policiais no dia 1º de abril de 2006 na região do Porto Cambira, em Dourados, de que o MPF (Ministério Público Federal) foi favorável pelo desaforamento do caso de Mato Grosso do Sul para São Paulo, com o argumento de preconceito por parte do sul-mato-grossense, é de causar espanto diante da gravidade do crime, próximo de completar nove anos.
A generalização da situação, utilizado segundo Raslan pelo procurador da República, Manoel de Souza Mendes Junior, é tão inaceitável quanto falar mal de índio o colocando como um todo.
O questionamento é simples! A população de todo um Estado, pouco mais de 2,6 milhões de habitantes, está impregnada de preconceito contra indígenas? Independente da cor, raça, credo, eles tiraram a vida de dois seres humanos e por isso devem ser julgados como criminosos. Independente de quem seja.
Bons e maus, trabalhadores e malandros, sérios e ‘picaretas’ possuem em todos os meios, inclusive em órgãos tão bem visto pela sociedade e não importa onde vivem, se no campo, na Reserva ou na cidade.
O que está em questão é um crime ocorrido no Mato Grosso do Sul e que por isso deve ser tratado onde ocorreu, ou seja, no nosso Estado.
Da mesma forma nos caso de Nisio Gomes, que ainda é um mistério e outros mais por conta da intolerância e do conflito por terras em terras sul-mato-grossenses. A visão dos paulistas é totalmente oposta ao que ocorre por aqui, então, o argumento citado é de preconceito contra o morador local, e não contra os indígenas.